sábado, 12 de outubro de 2013

ENQUETE.

Participe da nossa enquete aí ao lado.

Quem ganha: Dilma ou Marina?

E confessa: você lembra em quem votou nas últimas eleições para vereador, prefeito, governador, deputados e senadores?

Parafraseando Arnaldo Jabour: ... é uma pena que os homens de bem no Brasil não tenham a ousadia dos canalhas...

Visite o site abaixo http://www.camara.rj.gov.br/vereadores_atuais.php e conheça os vereadores da cidade do Rio de Janeiro. Conheça os doutores Carlos Eduardo, Eduardo Moura, Gilberto, Jairinho, João Ricardo e Jorge Manaia. Vê se encontra algum desses doutores no caderninho do seu plano de saúde e descobre quais são as suas especialidades. Visite os sites de Jorginho da SOS, Jimmy Pereira e Marcelino D´Almeida, além de Marcelo Arar e Marcelo Piuí. Você sabia que Reimont e Renato Cinco são vereadores? E a gloriosa Tânia Bastos? E que existe um partido político cuja sigla é SDD? E que tem um Zico na câmara de vereadores do Rio? Você votou em alguns destes grandes nomes da política nacional? Conhece alguém que tenha votado? Se sim, vai preparando a máscara e os apetrechos anti-PM para participar dos protestos contra as merdas que eles fazem e, desde já, bem feito! É isso aí, rapaziada: é continuar entrando na porrada ou votar certo. O que vai ser?
 
Dizem que a curiosidade matou o guarda, mas vale a pena também dar uma olhada na turma da ALERJ (http://www.alerj.rj.gov.br/deputados2.htm). É impressionante. Lá você encontrará uma lista de famosos, tais como Altineu Cortes, André Ceciliano, Bebeto, Bernardo Rossi, Bruno Correia, Carlinhos Moutinho, Cida Diogo, Comte Bittencourt, Dica, Dionísio Lins, Edino Fonseca, Enfermeira Rejane, Geraldo Pudim, Inês Pandeló, Myriam Rios (lembram dela, a ex do Roberto Carlos?), Rafael do Gordo e Ricardo da Karol, e tantas outras figuras marcantes da política nacional. Sinceramente: você votaria nesses caras para síndico do seu prédio? Você votou em algum deles? Sendo vascaíno, talvez tenha votado no Roberto Dinamite. Sendo mangueirense, talvez tenha votado no Chiquinho da Mangueira.

Câmara federal e senado já são demais prá mim.

Quem votou nesses caras? Quem são esses caras? Dica é homem ou mulher? A enferemeira Rejane auxilia os doutores Gotardo e José Luiz Nanci? Será que Rafael do Gordo vota nas mesmas leis que Inês Pandeló e Geraldo Pudim por questões gastronômicas?

Gostou? Não gostou?

Marque aí embaixo.

E deixe um comentário.

Sequência.

Depois de ler o Príncipe Maldito e Castelo de Papel (sobre os quais já bloguei antes), acabei de ler 1889, do Laurentino Gomes (também autor, como vocês devem saber, de 1808 e 1822).

Foi uma boa sequência de leitura, porque os três livros relatam o fim do império e início da república no Brasil.

É interessante também, porque dois destes livros são da Mary Del Priore, e há relatos de acontecimentos que, obviamente, também aparecem em 1889, do Laurentino. Aí, a gente pode observar visões diferentes (nem sempre) dos mesmos fatos históricos.
 
Para quem gosta de História do Brasil, os três livros são muito bons. A narrativa sobre Gastão (o Conde D´Eu) nesta fase de transição é muito interessante e revela uma personalidade que varia desde o marido amoroso até o sádico comandante na Guerra do Paraguai.
 
O livro também nos revela uma Princesa Isabel carola, bem diferente da Redentora (título que lhe foi atribuído por um futuro republicano!) que aparece nos livros de escola. Há também um D. Pedro II indeciso, cansado e turrão. Um Marechal Deodoro que foi literalmente acordado no meio da noite e retirado da cama onde convalescia das doenças trazidas das perseguições ao sanguinário ditador Solano Lopez nos últimos momentos da Guerra do Paraguai para proclamar a República. E um Floriano Peixoto caserneiro, avesso à socidade, que preferia morar num casebre mal ajambrado onde, certa vez, foi flagrado comendo de cócoras no melhor estilo caboclão,  e tornou-se o primeiro ditador militar a presidir a república brasileira ao assumir a presidência após a morte de Deodoro da Fonseca, de quem era vice-presidente. Já nasceu torta a nossa frágil República.
 
É isso aí.
 
Clique aí embaixo se você gostou ou não gostou da postagem.
Deixe comentários, se quiser.
 
Até a próxima.

Felipe Neto.

Você gosta do Não Faz Sentido?

Se a resposta é não, pare de ler agora. Mas se a resposta é sim, lei a o livro que ele acabou de lançar.
 
Ele começa um pouco imaturo, mas tem partes que são realmente interessantes.
 
Além disso, conta uma história interessante  de empreendedorismo de alguém muito jovem e brasileiro (já há muitas histórias de Marks Zuckerbergs por aí, não é mesmo?).
 
Felipe é um vlogger audacioso. Investe num personagem, no seu canal do youtube, que critica acidamente vários aspectos da sociedade moderna (consumismo, submissão feminina, estado politicamente correto, dentre outros) usando e abusando de palavrões. Apesar destes, ele relata no livro que seu vlog vem sendo utilizado como ferramenta didática por vários professores com  alunos e alunas pré-adolescentes e  adolescentes. O canal evoluiu e alcançou também uma parcela do público adulto.
 
Entre idas e vindas, nem sempre aprazíveis, Felipe relata em seu livro como é difícil separar a sua pessoa do personagem de óculos escuros que ele encarna no canal. Parece aqueles casos em que uma velhinha encontra um ator de novela cujo personagem é bandidão e começa a xingar o pobre coitado, confundindo personagem, ator e pessoa.
 
Em cerca de dois anos Felipe Neto passou de vlogger a CEO da Paramaker, uma associação entre a sua empresa Parafernália e uma gigante americana do ramo do entretenimento. O relato da apresentação que ele fez para os executivos da Maker que levou à sociedade é muito interessante.
 
Fica a dica.
 
E, seguindo as lições do Felipe, se você gostou deste post clique aí embaixo em gostei. Se não gostou, clique em não gostei. Faça comentários, se quiser. E avise aos amigos (e inimigos) sobre este blog.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Os Y!

Os estudiosos chamam a Geração Y de Geração do Milênio. São os nascidos entre 1980 e 1995, aproximadamente, e que alcançaram a adolescência por volta de 1995, tendo hoje, em média, 22 anos.

São os filhos da Geração X e representam, proporcionalmente, a maior quantidade de pessoas hoje no mundo. 

Os pesquisadores apontam algumas características dos Y, tais como:

1) Se criaram em meio a um mundo que tenta entender a escalada do terrorismo e da violência escolar. De novo: só se for nos States, cara pálida. A violência escolar só se tornou uma realidade brasileira nos últimos 5 anos, possivelmente pela influência danosa de toda a porcaria que se acessa na internet. Os autores americanos citam, como exemplos de terrorismo, desde a queda do voo 103 da Pan Am, na cidade de Lockerbie, na Escócia (lembram?? É claro que não, porra!) até o 11 de setembro (esse é claro que todos lembramos!), passando por Oklahoma, Olimpíadas de Atlanta (o que foi mesmo que aconteceu lá?) e os ataques às estações de metrô em Paris e Londres. Isso pode até deixar um redneck abilolado, mas achar que isso afeta a garotada aqui nos trópicos, é um pouco demais para mim.

2) O modelo conceitual dos Y é a imprevisibilidade (ou o aleatório). Deve ser por isso que são tão desorganizados. É uma garotada que não consegue arrumar a própria gaveta de cuecas (ou calcinhas). A imprevisibilidade é um conceito perigoso. Em geral, afeta as pessoas com menor capacidade de análise crítica e que acabam culpando o destino por tudo de mal ou bom que lhes aconteça. Afinal, é tudo tão imprevisível. Ninguém pode esperar, por exemplo, que vá ocorrer uma pancadaria generalizada durante um rave ou um baile funk, não é mesmo? Improbabilíssimo, não? E quais seriam as consequências da escolha aleatória de uma carreira profissional. Algo do tipo: médico ou vendedor? Ah, tanto faz...

3) Os Y são imediatistas. Por que, cacete? Eles acreditam nas profecias maias? Têm problemas crônicos com ejaculação precoce? Ou simplesmente são um bando de gente mimada? 

4) Os Y foram encasulados pelos pais. Finalmente, algo factível. Não falei que eram mimados? É a famosa geração condomínio. Pega uma garoto desses e atravessa o túnel Rebouças ou Zuzu Angel pro lado errado, e começam a surgir perguntas do tipo: Que cheiro horrível é esse? Por que tem tanta gente feia aqui? Aqui não tem shopping? De novo: gente mimadíssima e alienada da realidade. É como diz o ditato: quem tudo pode, tudo quer. Têm direito a tudo, já os deveres...

5) Os Y e seus pais têm uma infinidade de interesses comuns. Tá de sacanagem! Vejamos alguns interesses dos pais dos Y: ler (desde bula de remédio até romances, poemas e jornais), futebol (real, não video game!), rock and roll e MPB (em oposição a funk, música eletrônica e pagode), teatro, jantares na casa dos amigos, conversar (e não teclar celulares) com os amigos em bares e botecos, etc, etc, etc. 

6) Os Y são audazes e diretos, emitem opiniões com liberdade, desprezando a hierarquia e protocolos. Ou seja: são tremendamente mal educados.

Portanto, reflitamos: para onde a imprevisibilidade, aleatoriedade, imediatismo, conhecimento de direitos (mas não de deveres), desconexão com a experiência de gerações prévias e uma falta de educação que beira o nonsense vai levar essa porra chamada Humanidade?

O que mais me estarrece nisso tudo é a aceitação incondicional das chamadas características das diferentes gerações pelos pesquisadores. É como se a inerente capacidade do ser humano de construir a própria história não existisse. Os X são assim, os Y são assado e os Z zão completamente zem nozão! E ponto final. Vai à merda, academia. O meu ideal de planeta (sim, eu penso nisso!) não terá a mínima chance se prevalecerem os valores que estão sendo jogados goela abaixo das novas gerações. E, de uma vez por todas, vamos parar com essa porralouquice que é achar que a geração X, Y ou o cacete de letra que for, abaixo do Equador, é igual àquela no hemisfério norte. Por mais que seja forte a insistência na normalização dos seres humanos, como se o Grande Plano fosse construir um exército de gente sem cérebro e desatenta à realidade, sempre haverá pentelhos lembrando que valores culturais e históricos podem fazer toda a diferença.

É isso aí.

Sobre a geração Z? Fala sério. Eles chegam no fim. Ou os X e os Y colocam alguma porra na cabeça dos Zen Nozão, ou tá todo mundo f#$!udido!

domingo, 6 de outubro de 2013

Geração X: a geração Eike?

Eike Batista, o Mr. X, nasceu em 3 de novembro de 1956, muito próximo, portanto, do limite superior atribuído aos integrantes da Geração X (nascidos entre 1960 e 1980). 

Nos 20 anos que marcam esse intervalo de tempo, o mundo viu surgir os Beatles e os Rolling Stones. Herois e muita heroína, cocaína e anfetamina invadiram as telas e os bastidores de Hollywood. Superman, Star Wars, Deep Throat e o Exorcista brilhavam na telona. Mas veja bem: você tinha menos de dez anos quando os Beatles e os Rolling Stones estouraram, de modo que quem se drogou mesmo nos anos sessenta foram seus pais (os Baby Boomers). Você virou um adolescente pentelho em 1975 e, para seu azar ou sorte, você estava no Brasil. Nessa época, o Brasil vivia o Milagre Econômico e a Ditatura Militar mantinha bunkers de tortura num dos bairros mais classe-média do Rio de Janeiro (Maracanã) e numa das cidades mais europeias do estado homônimo (Petrópolis). Para você, Milagre Econômico era conseguir pagar as passagens de ônibus de ida e volta da escola e ainda conseguir comer um joelho com guaraná no intervalo (o famoso recreio!). Já Ditatura Militar era coisa de comunista e, portanto, algo muito distante da sua realidade classe-média protegida pelos valores morais da tradição, família e propriedade, incluindo uma dose razoável de catolicismo apostólico romano tremendamente reacionário.

Sociólogos, antropólogos e paleontólogos atribuem à Geração X algumas características marcantes, tais como:

1) Busca da individualidade sem a perda da convivência em grupo. No Brasil? Tá brincando... A turminha que fez o DIRETAS JÁ! , em 1983 e 1984, era qualquer coisa menos individualista. Essa rapaziada curtia músicas do Milton Nascimento (Coração de Estudante, Menestrel das Alagoas, dentre outras), leram Karl Marx e Engels nos bandejões das universidades onde apoiaram as primeiras greves dos docentes das universidades nos idos de 1982-3. Nessa época, telefone residencial era um bem declarado no imposto de renda, não havia celulares e internet disponíveis como hoje e a turma se encontrava como nunca, para jantar, beber, tocar violão, jogar conversa fora... a gente realmente se via. Se abraçava, se encontrava, ou seja, convivia em grupo. O carinha que buscava individualidade nessa época era taxado de um filha da puta egoísta e, é claro, acabava perdendo a convivência em grupo. Mas não sem antes o grupo tentar, de todas as maneiras, resgatar a alma perdida do vendido para o capitalismo internacional!

2) Ruptura com as gerações anteriores. Pelo amor de Deus! Que nova geração não rompe com a geração anterior? É o reconhecidíssimo conflito de gerações. Que animal irracional vai querer ser igual ao pai, especialmente se ele for um Baby Boomer típico que acha que... tudo bem se você quer estudar, desde que seja comerciante igual a mim e venha trabalhar comigo quando terminar a sua faculdade de qualquer coisa. Ou que jovenzinha vai querer compartilhar dúvidas sobre sexo com uma mãe que considera homossexualismo, bisexualidade e relações heterosexuais antes do casamento motivos suficientes para enfiar a porrada nos filhos?

3) Maturidade e escolha de produtos de qualidade. Tipo: Pepsi ou Coca? Maconha ou cocaína? Visconde de Mauá ou Trindade? O Brasil sempre foi (e ainda é) um exportador de matéria prima e importador de produtos manufaturados de péssima qualidade. Entre 1960 e 1980 não havia produtos de qualidade no Brasil, que só começou a ver algo parecido com isso com a facilidade para importação de carros depois do desgoverno Collor, no final da década de 1980. Para escolher produtos de qualidade, o brasileiro das décadas de 1960 e 1980 fazia a mesma coisa que o brasileiro faz hoje: viajava para Miami. E, sinceramente, qual é a relação intrínseca entre maturidade e escolha de produtos de qualidade? Qualquer moleque imaturo de 10 anos sabe a diferença entre um carrinho de controle remoto importado dos EUA e um importado do Paraguai. 

4) Maior valor a indivíduos do sexo oposto. Deve ser por isso que, a partir desta geração, começou-se a construir a consciência crítica que levou, muitos anos depois, à criação da Lei Maria da Penha. Que aliás, segundo estatística recente do IBGE, não diminui os casos de violência contra a mulher no Brasil. Vai ver que os pesquisadores tentaram escrever Maior valor ao sexo com indivíduos opostos. Neste caso, a frase original poderia trazer uma mensagem subliminar politicamente incorreta e homofóbica. Quem sabe...

5) Respeito à família menor que o de outras gerações. Papo furado. A minha geração (1960-80) se casava antes dos 25 anos e partia para o mundo. Isso é que é respeitar a família, porque ninguém, em sã consciência, quer ficar sustentando filho ou filha vagabundos com 40 anos dentro de casa. Saindo de casa, a gente tinha que arrumar um trampo (ou seja, trabalho), e acabava contribuindo para a feira dos pais nos fins de semana. Os presentes nos dias dos pais e das mães também melhoravam, os restaurantes lotavam com filhos rachando a conta com os pais. E a gente continuava se encontrando mais, porque ainda não havia toda essa parafernália eletrônica que estimula os encontros virtuais. É claro que a porrada geralmente comia, mas isso não tem nada a ver com desrespeito. Era o já comentado conflito de gerações, ou seja, algo totalmente natural e esperado.

6) Procura da liberdade. Em sã consciência: que geração iria procurar o cativeiro ao invés da liberdade?

Então, o que há de errado na categorização das gerações, tomando-se o exemplo da X? É que ela é importada. A tentativa de enquadramento de gerações com culturas e histórias tão distintas ao redor do mundo chega a ser patética. Ou faz parte de uma ação padronizadora, ou seja, do enquadramento de todos segundo um padrão. Parece uma elaboração de comportamentos ditados pelo padrão, neste caso, norte-americano. Estupidez ou conspiração, espero que dê tudo errado. Mas será que vai dar errado? A gente volta a discutir isso no próximo capítulo das gerações. Vem aí, os Y!

O que o Eike Batista tem a ver com a geração X? A letra X, porra! Quando ele escolheu a letra X para nomear seus empreendimentos (semelhantemente à escolha da mesma letra pelos acadêmicos que criaram o termo Geração X!) se esqueceu que ela sinaliza a multiplicação, mas também é o risco que costumamos fazer quando achamos que está tudo errado (do jeito que o professor faz na sua prova, antes de dar zero, por exemplo). Ou seja, categorizar a geração X, isto é, achar que todo mundo nascido entre 1960 e 1980 partilha das mesmas características, mesmo que gerais, é o mesmo que achar que X só significa multiplicação. E toda aquela rapaziada da geração X que ele tirou da PETROBRAS a peso de ouro, ou já pulou fora ou vai ser mandado embora. Uma pena. Vários deles são meus amigos e são realmente competentes! Mas, infelizmente, X também pode significar ... riscado do mapa!





sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Geração Coca-Cola.

Sociólogos, antropólogos, pedagogos e outros profundos conhecedores do gênero humano sempre gostaram, por bem (ou por mal) enquadrar indivíduos em diferentes gerações. Até aí, nada. Houve uma Beat Generation; basicamente norte-americanos nascidos entre as duas Guerras Mundiais, bem como uma Lost Generation, formada por almas que vagavam pela Europa Ocidental após a Primeira Guerra Mundial.

Atualmente, a inovação é dar nomes, ou letras, para as gerações, tentando classificá-las de acordo com estereótipos comportamentais de seus integrantes. Desse esforço científico, surgiram as gerações X, Y, Z, por exemplo. A ideia central é não agrupar indivíduos de épocas diferentes partindo-se do pressuposto que estes indivíduos têm características próprias de suas respectivas gerações. Novidade?

As principais classificações das gerações são:

Geração Baby Boomers: é a turminha nascida após a Segunda Guerra Mundial. Soldados mortos de fome e sexo retornavam à casa e mandavam ver. Procriaram a rapaziada nascida em torno de 1940 que, por sua vez, começaram a procriar cerca de 20 anos depois.
Geração X: filhotes dos Baby Boomers que nasceram entre os anos 1960 e 1980.  Por exemplo: eu!


Geração Y:  nascidos entre os anos 1980 e 2000. São os filhos da geração X e netos dos Baby Boomers.
Geração Z: é a geração conectada à rede, celulares e toda essa parafernália eletrônica. Em tese, também são muito preocupados com o meio ambiente. Inclui uma gente que nasceu após 2000 (ou um pouco antes).

Geração Alfa: ainda não existem, mas na falta de letras no alfabeto comum, já se sabe que serão nomeados em grego. Não têm características ainda bem definidas, até mesmo porque ainda não nasceram. No entanto, supõe-se que serão fortemente conectados em rede. Ou seja, uns robozinhos.
Maneiro, não?!
A qual dessas gerações você pertence?
Escolha a sua (é fácil, veja em que ano você nasceu, caramba!) e depois veja se você se enquadra na sua geração de acordo com as características listadas pelos especialistas.
Vou falar sobre essas características na próxima postagem.

Até lá.


Nem toda loura é burra, mas...

... a que trabalha comigo é!

Ela conseguiu juntar uma grana e agora não vai precisar mais das minhas caronas. Vai comprar um carro! Mas ela acha isso tudo muito complicado e me pediu opiniões. Como grande conhecedor de carros que sou, peguei o primeiro cartão de um vendedor de qualquer concessionária e passei para ela. Disse que o cara era um grande amigo e que, certamente, a atenderia bem. Como a loura é hiperativa, pegou o celular e ligou imediatamente para o cara. Colocou no viva-voz, caso ela precisasse da minha opinião rápida.

LOURA: - Oi, aqui sou eu. Quem me deu o seu número foi o meu colega que disse que você iria me ajudar.
VENDEDOR: - Claro. Em que posso ajudá-la?
LOURA: - Eu juntei um dinheiro e chegou o momento de comprar o meu carrinho.
VENDEDOR: - Excelente. Nós temos vários modelos aqui.
LOURA (colocando o celular de lado e virando-se para mim): - Pô, o cara é vendedor de carro ou costureiro? Disse que tem vários modelos...
Eu (gritando): - ... de carros, loura; modelos de carros!
LOURA: - Ah... (e, voltando pro telefone para falar com o vendedor) ... pois é, era isso mesmo que eu queria saber. Modelos...
VENDEDOR: - A senhora está pensando em um carro zero?
LOURA: - Zero não! Eu quero um carro dez, NOTA DEZ!
VENDEDOR: - Ok... entendi. E de quanto estamos falando?

E aí, leitores, que ela mandou a pérola.

LOURA: - Ó, você tem que me arrumar um carro bom na faixa etária entre 22 e 23 mil.
VENDEDOR: - ...
LOURA: - Alô? Tá me ouvindo?
VENDEDOR: - Desculpe, estou sim. Que faixa?
LOURA: - Na faixa etária de uns 22 mil. Tem carro bom nessa faixa etária de preço aí?

Fim de jogo!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Pedra ou cálculo?

Quem é vivo, sempre aparece! Ou morre! Aliás, na semana passada quase morri de dor por causa de uma pedra nos rins. Alguns chamam de pedra, outros de cálculo. Sendo geólogo, prefiro pedra e, é claro, odeio Cálculo. Mas isso é passado e quem vive de passado é historiador. Logo, voltemos à ativa.

Acabei de ler O Castelo de Papel, de Mary del Priore. Relatos de um amor aparentemente genuíno entre Gastão (O Conde D´Eu) e Isabel (A redentora) entremeados com o fim da escravidão e com a proclamação da República no Brasil. Confesso que achei o livro um pouco cansativo porque há muita repetição de descrição de atitudes dos protagonistas (e antagonistas): a inércia de D.Pedro II, a inépcia de Isabel e seu fanatismo religioso, as cartas de Gastão para seu pai, dentre outras. Mas, assim mesmo, é boa leitura. Por isso, resolvi ler, agora, 1889, lançado durante a Bienal pelo Laurentino Gomes (o mesmo autor de 1808 e 1822; aliás, dois livros também com alguma repetição e até transcrições literais de trechos do primeiro no segundo!). Como o título-ano sugere, trata-se de relatos sobre a proclamação da república. 

Na telona, Elysium foi decepcionante, mas acho que o Wagner Moura marcou pontos. 

Na telinha, Grimm emplacará um v2? Acho improvável...

Mas esse papo aí de cima tá sério demais. Vamos lá:

1) Eike X Baptista, em entrevista no Wall Street Journal, solta os bichos contra ex-dirigentes da OGX. Basicamente, aquela turminha que trabalhou anos na PETROBRAS e foi levada a peso de ouro para a petroleira do peruquete. Segundo Eike, aquela turma de geólogos era boa na exploração mas péssima no quesito produção. Até mesmo porque a produção não cabe aos geólogos, mas aos engenheiros! E ninguém contou isso pro Mr X? Eike também acusou seus ex-conselheiros de turbinarem resultados. Mas que cara ingênuo, esse Mr X! Nem parece a águia pintada pelo Roberto D´Ávila, seu ghostwriter, em `O X da Questão`. Mas na real: deve ser pavoroso ver as ações de sua empresa despencarem, em 18 meses, de cerca de R$20,00 para meros R$ 0,35 (cotação de ontem). Vai acabar tendo que vender a peruca.

2) Economistas calculam que haverá quase US$ 30 bi gerados, nos próximos 6 anos, a partir da exploração das reservas do pré-sal. Os cálculos foram feitos considerando o preço do barril a R$ 207,00! Hoje ele fechou a US$ 111 (ou cerca de R$ 220,00). Vai chover dinheiro prá educação (75% do montante) e saúde (25%). Agora sim, educamos esse país enquanto ajudamos a poluir o planeta. Olha o Elysium...

3) Embargos infringentes. What porra is that? E a explicação dos ministros? Alguém entendeu alguma coisa? O Ministro Celso de Melo tentava convencer, com cerca de duas horas de explicação, que o Supremo não é tão supremo assim e que, como todo mundo, pode errar! Afinal, herrar é umano! Por isso, há protocolos que garantem a condenados no Supremo recorrer das sentenças. Recorrer a quem? O que seria mais supremo que o supremo? Se o julgamento do recurso cabe ao próprio supremo, haverá nova chance de erro, num ciclo incompreensível de decido certo, decido errado, decido certo ... Não seria hora dos ministros que congregam a corte suprema do país aceitarem o fato de que cabe a eles o último julgamento, uma vez que, em tese, eles são os melhores juízes da nação? Cabe a eles julgar e decidir em última instância, ficando para a história julgá-los.

Desculpem o papo sério. Até tentei dar uma guinada, mas... Deve ser o efeito dos antibióticos. É aquela pedra, sabe? Aquela que habita o sapato de todo brasileiro! Você nem calcula...

domingo, 5 de maio de 2013

Logo ali, entre garçom e gerente!

Na seção de classificados de empregos de vários jornais, a oferta para geólogos vem logo depois de garçom e gerente. Coisas da ordem alfabética. A rigor, houve tempos em que não havia muita diferença salarial entre a profissão de garçom, geólogo e gerente de sapataria. Mas hoje, não. Basta ver o que está ganhando um garçom no Senado Federal, por exemplo. No entanto, com o próximo bidding (14 e 15 de maio), o mercado de Geologia deve aquecer (para tristeza de garçons e gerentes de banco). Serão quase 290 blocos ofertados pela ANP, com ênfase nas bacias da Margem Equatorial do Brasil. Foz do Amazonas entra com quase 100 blocos, Potiguar com 30, Barreirinhas com 26, Ceará com 11 e Pará-Maranhão com 6. Portanto, já está mais do que na hora de você começar a se perguntar onde fica Barreirinhas e como é que foram achar petróleo no Ceará! 

Há, obviamente, muita esperança de que o setor de óleo e gás ressurja após uma ressaca de quase 5 anos e que colocou muitas empresas em situação complicada. Quem investiu em ações da OGX e PETROBRAS, por exemplo, sabe bem do que estamos falando aqui.

A exploração da Margem Equatorial abre tremendas perspectivas para as empresas do setor e também para as universidades pelo relativamente pouco conhecimento que se tem sobre a Geologia da margem continental desta parte do país. Descobertas recentes e muito promissoras nas Guianas, bem perto da fronteira com o Amapá (leia-se Bacia Foz do Amazonas) também animam o mercado. E last but not the least, haverá muito embate com os órgãos ambientais, uma vez que esta área está repleta de santuários ecológicos ainda pouco conhecidos, tais como o Parcel Manuel Luís (MA) e os inúmeros manguezais que caracterizam esta faixa litorânea do território nacional. Mais oportunidades de geração de empregos e pesquisas científicas. 

Para que tenhamos alguma chance disso tudo dar certo, vamos todos torcer para o governo fazer aquilo que todos queremos que ele faça: ficar de fora! Afinal, foi a parola política (e, em menor escala, econômica, também) que acabou arrastando os leilões por vários anos. Tudo isso para, no final, os resultados se mostrarem frustrantes, como mostram os números da balança comercial de abril (o pior resultado histórico para o mês), que fechou no vermelho. O país deixou de exportar quase 2,1 bilhão de dólares em petróleo (o que colocaria a balança comercial no azul). Na verdade, o Brasil teve que importar, em abril, mais petróleo para atender ao mercado interno, mas as exportações do produto caíram 73%. Prova de que o melhor governo é aquele que não politiza e/ou partidariza a ação e pensa, antes, no Estado.

Feira de estágios na UFRJ

Pretende trabalhar na Shell, Odebrecht, Galvão Queiroz e outras grandes empresas? Que tal começar com um estágio? O público alvo da sexta edição da FEIRA DE ESTÁGIOS DA UFRJ são os recém-formados em todas as áreas do conhecimento nas universidades. Mas quem sabe não aparece algo para os "bixos" também? Afinal, a feira pretende oferecer 3.000 vagas de estágio.
As empresas participantes apresentarão palestras e haverá inúmeros stands a percorrer. Onde? No Centro de Tecnologia da UFRJ (prédio das engenharias) na Ilha do Fundão. Quando? Terça (7 maio) a quinta (9 maio), entre 10 h e 17 h. O evento é de grátis e aberto aos alunos de todas as universidades. Mais informações no www.feiradaufrj.com.br.





sexta-feira, 3 de maio de 2013

Agora somos 35!

Com o fim da coluna do Agamenon, num jornal de grande circulação no Rio de Janeiro (começa com a letra  O e termina com Globo!), seus 17 leitores resolveram aderir ao nosso blog. O anão parece não ter suportado o abandono do Agamenon e se suicidou atirando-se do alto de um escorrega numa pracinha do bairro de Guadalupe. Somados aos nossos 18 leitores (incluindo os dois anões), os órfãos do Agamenon agora engrossam nossa coluna de 35 leitores. É gente que não acaba mais e já estamos considerando a possibilidade de realizar nosso primeiro workshop onde serão promovidos debates exaustivos sobre a atenção que o mundo precisa. Assim que os 35 leitores consigam entender o que o termo workshop significa. No momento, a maioria acha que tem algo a ver com trabalho e já está arranjando desculpas para não participar. Como não conseguimos alugar o Maracanã para o nosso encontro, tivemos que eleger um critério de seleção para escolher os poucos sortudos que participarão do meeting. Por isso, eles terão que realizar uma prova versando sobre o tema central do workshop, qual seja: Geologia: se o Ney de Matogrosso gosta disso, os brasileiros dos outros estados também podem gostar. Abaixo, algumas questões de múltipla escolha da prova de Geologia que será aplicada aos nossos 35 leitores:


TEMA: Geologia básica

 A disciplina Geologia Geral 1:

(     ) Vem antes da 2 e depois da 0.
(     ) É a Geologia prá geral! Hum ...
(    ) Foi uma das experiências acadêmicas mais edificantes da minha vida, vindo constituir uma base de conhecimentos sólidos sobre a qual eu irei erigir uma profícua carreira profissional.

TEMA: Tectônica de placas

O nome do autobot disfarçado num camaro amarelo da série de cinema Transformers, baseada num limite litosférico conservativo conhecido universalmente, é:

(      ) Fuscão preto       
(      ) Herbie     
(      ) Yellow Camarer    
(      ) Bumble Bee


TEMA: Vulcanismo

Bloco ...

(       é o coletivo de mijão, usado no carnaval carioca.
(       é uma favela vertical com taxas de condomínio e IPTU diferenciadas.
(       é um piroclasto sub-anguloso maior que 64 mm.

Bomba ...

(       é um piroclasto fusiforme maior que 64 mm.
(       é o que me espera se eu não estudar mais para a outra prova.
(       é doce, puxa água ou ixprodi!


TEMA: Recursos energéticos

Plantas eólicas ...

(           ) são vegetais levados pelos ventos.
(           ) são feitas por arquitetos do tipo pipa vuada que surfam na Prainha!
(           ) são uma alternativa pouco poluente de geração de energia.


Boa sorte, pessoal, e até a próxima prova!

Ney Matogrosso gosta de Geologia!

E não é só ele. O setentão que já viveu muito, mantém um perfil discreto há anos. Pronto para iniciar um novo show, ele deu uma entrevista a um grande jornal carioca em que revelou suas preferências literárias, citando Geologia como uma delas.
Ok, vocês venceram! Durante todo esse tempo eu tentei omitir que este blog é feito por um geólogo. Se você nunca se perguntou o que era EDSM-rifte, bem, é porque não queria saber. Logo, não vou perder meu tempo com detalhes, mas tenho que informar que tem a ver com Geologia.
Assim, em homenagem ao glorioso Ney e tantos outros amantes da Geologia, dentre os quais alguns estudantes, vamos passar a falar mais sobre esse tema aqui no blog. Muito mais. No entanto, continuaremos com as frescuras poéticas de sempre, os atentados que já nos tornaram famosos mundialmente e a implicância generalizada contra a geração X, Y, Z e qualquer outra que venha depois dessas e que necessitarão de um novo alfabeto para serem nomeadas e reconhecidas.
O que os geólogos (e geólogas) estudam? Rochas, também conhecidas no mundo afora por pedras. Olha só a foto aí embaixo...


A desolada geóloga que aparece sentada sobre as rochas no lado direito da foto deveria estar pensando...

Como é que eu vou colocar todas essas amostras na minha mochila?

Ossos do ofício. Aliás, ossos não, porque osso é coisa de Paleontólogo.

Mas, apesar de todo o esforço e condições por vezes adversas durante nossos trabalhos de campo, parece que quanto mais conhecemos o planeta mais aprendemos a respeitá-lo. A Terra é realmente lindíssima, singular em vários aspectos, plural sob o nosso olhar atento. Uma esfinge não atendida em questionamentos, e que geólogos e geólogas se atrevem a desafiar respeitosamente.


Poesia é coisa de fresco: a saga continua!

Poesia é coisa de fresco porque refresca a alma. E vende livros. Vale a pena conferir: entre os mais vendidos uma coletânea de poemas (Toda poesia) do curitibano Paulo Leminski. Quem diria...
Ainda não comprei, e nunca li nada dele. Se vou comprar? É claro. Está na minha lista, juntamente com o Subliminar - como o inconsciente influencia (Leonard Mlodnow; adorei os dois outros livros dele que li), e O Castelo de Papel (Mary del Piore; acabei de comprar O Príncipe Maldito, que ela lançou em 2007).
Como é fim de período letivo em algumas universidades greveiras, deixo o poema de Cecília Meireles para vocês curtirem:


Fala sério: refresca ou não refresca a alma?




terça-feira, 19 de março de 2013

Tio Tungstênio.

Li, recentemente, o livro Tio Tungstênio, de Oliver Sacks. O Dr. Sacks é um neurologista octogenário muito interessado em estados alterados (www.oliversacks.com). Ele escreveu livros de sucesso sobre o tema, como, por exemplo, O homem que confundiu sua mulher com um chapéu e o recentemente lançado Hallucinations. Seu livro Awakenings virou filme em Hollywood com os astros Robert de Niro e Robin Williams (que interpretava o próprio Dr. Sacks). Oliver nasceu em 1933, na Inglaterra, e viveu uma infância terrível, exilado para o campo, durante a Segunda Guerra Mundial, como muitas crianças londrinas à época. Depois, retornou para casa onde passou a conviver novamente com seus pais, ambos médicos, seus tios e tias, todos judeus e muito educados. Oliver tinha dois tios químicos, um tio físico, uma tia paleontóloga e vários parentes espalhados pelo mundo, alguns deles pioneiros na prospecção de diamantes em Kimberley, na África do Sul, no final do século XIX. Um de seus tios tinha uma fábrica de lâmpadas de tungstênio e era completamente apaixonado por Química. Foi esse tio David (que Oliver chamava Tio Tungstênio) que incutiu em Oliver uma profunda admiração por essa ciência. Bem, boa parte do livro é sobre isso: a infância de um menino muito tímido e retraído e suas experiências de Química e Física. O pequeno Oliver montou um laboratório de Química em casa, com o consentimento dos pais e incentivo dos tios. Aos 15 anos de idade já tinha mais prática em Química que muitos jovens professores universitários atualmente. Comprava, na década de 1940-50, tudo o que precisava, desde vidraria a reagentes perigosos, em farmácias do bairro. Realizou experimentos com luz, explosão, radioatividade, fotografia, espectrografia, dentre outros fascínios da Fïsica e da Química. Era autodidata, muito embora contasse com a colaboração de seus tios mais próximos. Leu bastante nos clássicos eruditos escritos por grandes cientistas e também nos folhetins destinados a jovens curiosos como ele. Ainda aos 15 anos, sua mãe o levou ao hospital onde trabalhava e o ensinou algumas técnicas de dissecação de cadáveres, deixando o pobre menino aos cuidados de uma auxiliar e, juntos, por quase um mês, trabalharam na dissecação de pés e mãos. A história contada em Tio Tungstênio é uma viagem para um tempo que, infelizmente, não existe mais. Onde, quase irresponsavelmente, se permitia aos jovens viver a realidade, em oposição à imersão na virtualidade do mundo atual. Eu adorei o livro e sugiro a leitura a todos, amantes da Ciência ou não. Confira.

domingo, 17 de março de 2013

Tai Chi Chuan em Pisa!

Olha a foto abaixo que eu consegui na rede: não é lindo?




O que você acha que é isso? Um bando de gringos fazendo Tai Chi chuan na praça de Pisa? É claro que não. Essa turminha está posando para alguém com a intenção de fingir que está segurando a torre inclinada. Não é lindo? Agora, olhem à esquerda da torre. Eu me refiro ao prédio imponente; a Catedral de Pisa! Dentro dela há um candelabro com cerca de 400 anos, pendurado possivelmente no mesmo lugar onde era admirado por ninguém mais ninguém menos que Galileu Galilei. Olha a foto do candelabro (também emprestada da rede) aí embaixo.





Reza a lenda que foi aí que Galileu determinou o movimento pendular dos corpos. Ele fazia oscilar o grande candelabro e criou, a partir de suas observações, conceitos importantes usados na Física até hoje, tais como período e frequência. Como estes conceitos são fortemente relacionados ao tempo e Galileu, naquela época, não dispunha de relógios muito precisos, o mito diz que o italiano marcava o movimento pendular contando as pulsações de seu próprio corpo. Genial, não? Por isso, quando for a Pisa, pratique o Tai Chi, mas não deixe de contemplar a genialidade do ser humano. O candelabro está lá. Basta estar atento!

Francisco, o primeiro!

Caramba! Deve ter sido o Espírito Santo que me inspirou quando citei a história de Gregório X e São Francisco de Assis ao comentar a nossa enquete de fevereiro aqui no Atentopromundo. Ó só o nome que o argentino escolheu: Francisco I. E ele começou em grande estilo: nada de ouro, andando de transporte público, roupas humildes (ou algo bem parecido). Daí a começar a falar com passarinhos e plantas é um pulo! A questão é: conseguirá Francisco I, o humilde jesuíta, controlar a Cúria (ou seria Curra?) e seus  cardeais semi-laicos? É bom mesmo que ele cozinhe sua própria comida. Como ele mesmo afirmou, ele não matou ninguém com isso mas, quem sabe, pode acabar evitando a sua própria morte. Afinal, há mais mistérios entre o Céu e o Vaticano do que pode supor nossa vã filosofia... Bem, pelo menos eu acho que já posso dizer que compartilho algo com o Francisco: a aversão aos Kirchner. Com sorte, o bem humorado Papa, vindo ao Brasil, poderá nos brindar com algumas piadinhas sobre as políticas assistencialistas de nossa Dilma. Deus o abençoe! 

Adesivos que não colam!

Eles estão por todos os lugares: nos para-brisas traseiros dos carros (baratos e caros), na frente de templos,  em letreiros de anúncios e pendurados nas carrocerias de caminhões. São aqueles adesivos que pretendem ter sempre algo a ensinar mas raramente ultrapassam a pretensão. Para a nossa alegria e bom humor. Senão, vejamos:

DEUS PROTEJA ESTE CARRO!

Neste caso, os ocupantes:

(     ) Não precisam de proteção.
(     ) São menos importantes que o carro.
(     ) Não existem: o carro tem vida própria.


DEUS DO IMPOSSÍVEL: NÃO ESQUECEU DE MIM!

O devoto:

(     ) Se considera alguém impossível.
(     ) Considera impossível Deus não se esquecer dele.
(     ) Está reclamando porque prefereria ter sido esquecido por Deus.



SOGRA É QUE NEM TRATOR: SÓ SERVE PARA TRABALHO PESADO OU TRABALHO NO BREJO!

O genro:

(     ) Não sabe o que é um trator: uma máquina muito pesada que afunda no brejo.
(     ) Não sabe o que é uma sogra, uma vez que esta, em geral, atrapalha, enquanto que o trator, em geral, ajuda.
(     ) Adora a sogra. Afinal, quem é que não gostaria de ajuda num trabalho pesado, especialmente num brejo?


DEUS É FIEL!

Este adesivo é muito intrigante. Deus é fiel a quem? A Deus? Não é o fiel quem deveria ser fiel a Deus? Deus seria o sobrenome do João, que trabalha como fiel no cais do porto? Um Deus infiel seria um péssimo exemplo para os seus fiéis. Ou, quem sabe, Deus é corintiano!



JESUS ESTÁ VIVO! ONTEM MESMO FALEI COM ELE.

Outro tremendamente intrigante. Sendo Jesus imortal, não seria prova de pouca fé pensar que ele pudesse estar morto? Jesus estaria morto se o sujeito não tivesse conseguido falar com Ele? Como saber, ao certo, que o interlocutor, de fato, era Jesus? Não há detalhes sobre a forma de contato (telefônico? pessoal?) ou prova irrefutável de que se tratava realmente de Jesus. Não se exige, aqui, um sudário, mas, talvez, um lenço manchado, uma nova parábola ou outro item de igual valor. Mas o que parece mesmo é que o fiel parecia duvidar que Jesus estivesse vivo até conseguir falar com Ele. Há uma dose de alívio na frase. É como Jesus mesmo disse: Oh, homens de pouca fé! E olha que ele não falou isso ontem. Uma última alternativa: a frase, na verdade, é de Madona; no caso, a cantora, e não Maria!



OS INIMIGOS NÃO PODEM ME DERROTAR PORQUE NASCI PARA VENCER!

Fico pensando: e se o cara do outro lado, seu inimigo, pensar o mesmo? Empata? No mínimo, cuidado, então, com seus amigos pois, não sendo seus inimigos, o poderão derrotar. Mas, tudo bem. Depois, eles se tornariam seus inimigos e, na revanche, seriam derrotados. Mas jamais retorme a antiga amizade. Só por precaução, mantenha os inimigos que fez!




domingo, 3 de março de 2013

Fim da enquete II

Religião é algo perigoso. Na nossa enquete sobre os motivos da renúncia do Papa, ninguém votou. Talvez, nenhum dos meus 18 leitores (eu tenho 2 anões, Agamenon!) tenha uma opinião formada. De qualquer modo, 115 cardeais logo decidirão quem será o próximo sucessor de Pedro. A rigor, não são eles quem decidem, mas o Espírito Santo. O mais velho dos cardeais perguntará ao eleito se aceita o fardo da missão. Aceitando-a, ele poderá escolher o nome pelo qual passará a ser chamado. Foi Jesus quem iniciou essa tradição, ao trocar o nome de Simão para Pedro. Depois, o mesmo cardeal chegará à sacada em frente à Praça de São Pedro e anunciará: Habemus Papam!  Para alívio dos estimados 1,2 bilhões de católicos, apostólicos romanos espalhados pelo mundo. Há cinco candidatos fortes da América Latina, sendo dois do Brasil. Mas o colégio de cardeais parece menos preocupado em critérios envolvendo capacidade de liderança, idade e continente de origem do que com o critério da ficha limpa. Parece incrível ser tão difícil encontrar um candidato ficha limpa dentre todos os cardeais. Afinal, é a nata da Igreja Católica. Reza a lenda que Gregório X, o mais poderoso Papa da história de Roma, foi tocado pela humildade de São Francisco de Assis quando este foi pedir-lhe que reconhecesse a sua nova ordem. Coisas do Espírito Santo. Ao menos, para quem acredita. 

É do caraça!

Fiquei distante, num trabalho na região do Quadrilátero Ferrífero, MG. Passei boa parte do tempo hospedado em Catas Altas, tendo como paisagem de fundo a Serra do Caraça. A última vez que tinha estado lá eu tinha 19 anos. Incrível como ainda me vinha à mente uma cor cinza azulada cada vez que alguém me falava daquela serra. Cinza que eu revi, agora. A serra é imponente, camaleônica com o passar das horas; impressiona (imprime na memória do visitante recordações decenais). Houve trabalho, houve congraçamento, conheci gente nova e boa. E houve a visita ao seminário, onde eu nunca tinha estado antes. Seminário ou santuário, ou colégio, tanto faz. É a paz. É a história, que impregna a alma e o corpo de quem atravessa seus corredores e pátios. Ao fim, fui à lojinha. Sempre há uma lojinha. Havia três livros. Eu sempre procuro os livros. Comprei os três. Um deles (Serra do Caraça) foi organizado por um Christiano Ottoni. O nome me chamou a atenção. Eu tive uma pneumonia aos 15 anos de idade. Fui tratado por um médico com esse nome. Christiano com CH e tudo. Ele era filho de uma família mineira, com muitos filhos. A irmã dele, Adélia, era colega de turma de uma vizinha minha e foi por intermédio dela que eu acabei sendo tratado por ele. Anos mais tarde, quando eu cursava a graduação em Geologia na UFRJ descobri que Christiano era casado com uma geóloga que trabalhava lá e que viria a ser minha professora. Encontros e coincidências da vida que me trouxeram à memória momentos felizes da minha juventude. Estava tudo lá, impresso. E o Caraça revelou!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Próximo incêndio em boate.

Fim de enquete. Com 50% de votos para daqui a 1 ano e 50% de votos para foi ontem, num total de quatro votantes durante seis dias de intensa pesquisa, as opiniões se dividem sobre quando ocorrerá o próximo incêndio numa boate no Brasil. Meio a meio. Empate. Tudo igual no placar. Resultado, portanto, inconclusivo, como todos queremos que não seja o inquérito policial, administrativo e judicial sobre o caso. De todo o ultraje associado à tragédia anunciada, parece que a mídia revindica a maior parte. Inúmeros foram os herois que deixaram amigos, parentes e mulheres grávidas, cujos nomes ficarão eternamente gravados nas nossas mentes até o próximo BBB. Gente que conseguiu escapar do inferno, mas que voltou a entrar na boate na tentativa de resgatar alguém, sob os olhares complacentes dos profissionais presentes, tais como policiais e bombeiros, que, ao contrário de impedir tais atos insanos, parecem ter estimulado a turma a quebrar paredes e ajudar no salvamento. Eu não perdi ninguém no ocorrido. Nem amigos, nem familiares, absolutamente ninguém. Por isso, não sinto dor. Sinto raiva. Sinto desprezo pelos policiais que não policiaram, pelos fiscais que não fiscalizaram, pelos engenheiros e arquitetos que assinaram projetos mal elaborados e/ou mal executados, pelos empresários e artistas irresponsáveis. Quanto aos estudantes, mortos e vivos, sinto espanto. Como é que eles, que formam a nata da intelectualidade deste país, caíram numa arapuca dessas?  Não perceberam a superlotação? A falta de saídas de emergência? Os labirintos pelos quais tinham que passar para irem da entrada até próximo do palco? Não tinham conhecimento da prática do grupo artístico de soltar fogos de artifício em ambientes fechados, tão propagado pelas redes sociais?Estavam enebriados pelo torpor da alegria fugaz, do alívio instantâneo? Não pensaram naqueles que sempre os amaram? No amigo, na amiga, no parente logo ali, ao seu lado? No pai e na mãe que estavam esperando em casa? O caso da Kiss é igual ao do motorista que, tentando frear no sinal vermelho, passa uns poucos centímetros da faixa contínua sob o semáforo, dá uma ré rapidinho e atropela o sujeito que atravessava a rua fora da faixa de pedestres. Quem errou? Quando será o próximo incêndio? A qualquer hora, sempre que decidirmos que nunca é tempo de sermos cidadãos.

Livre pelos livros!

Mais sobre livros. O que vocês andam lendo ultimamente? Acabei de ler O que o Brasil quer ser quando crescer, do Gustavo Ioschpe. Se você gosta de polêmica, deveria comprar o livro (cujos direitos autorais foram doados para as ONG's Compromisso Todos pela Educação, Fundação Lemann e Fundação Roberto Marinho). A patrulhada de plantão deve achar que o Gustavo adora uma má companhia. Afinal, está ligado a essa turma aí das ONG's e também ao Grupo Abril da VEJA (ao qual Gustavo é tremendamente grato, como se pode ler nos agradecimentos do livro). Não é por nada que o rapaz toma bordoada de todo lado. Mas a verdade é que ele toca em feridas difíceis de esconder e que expõem a terrível qualidade da educação em nosso país. Totalmente baseado em dados empíricos, Gustavo Ioschpe nos mostra, dentre outras coisas, que: 

  1. Apenas 26% da população brasileira entre 15 e 64 anos é plenamente alfabetizada (ou, em outras palavras, apenas 1/4 dos brasileiros consegue ler e entender um texto).
  2. 31% dos alunos brasileiros da primeira série do ensino fundamental são repetentes (perdemos apenas para o Gabão, Guiné, Nepal, Ruanda, Madagascar, Laos e São Tomé e Príncipe). Na segunda série, os repetentes são 20%.
  3. O SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que é um teste do MEC realizado a cada dois anos e que mede a qualidade da educação da quarta, oitava e décima primeira séries, só apresentou índices decrescentes entre 1995 e 2001, para Matemática e Português, com uma subida irrisória em 2003, dentro da margem de erro.
  4. Apenas 25% dos alunos da oitava série sabem que 3/4 é igual a 0,75, e não 3,4.
  5. No PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos com 15 anos de 40 países), em 2003, ficamos em último lugar em Matemática, penúltimo em Ciências e antepenúltimo em Leitura.
  6. A taxa de matrícula no ensino universitário no Brasil raramente ultrapassa 20% (metade do que na Venezuela e Chile e 1/3 da média na Argentina).
  7. O setor público do Brasil não investe pouco em educação (3,4% do PIB; valor comparável à média de 3,5% dos países mais desenvolvidos da Europa, Ásia e América do Norte). Em 2002, na verdade, o Brasil gastou mais em educação do que o Japão e quase o mesmo que a Coreia.
  8. 72% dos professores consideram que a finalidade da educação é formar cidadãos conscientes, enquanto que apenas 9% consideram que é proporcionar conhecimentos básicos e 8% formar para o trabalho.
  9. 55% dos professores discordam da afirmação de que a atividade docente deve reger-se pelo princípio da neutralidade política.
  10. A universidade pública matricula apenas 24,5% dos estudantes de ensino superior no Brasil (1,2 milhão) ao custo de R$ 9,9 bilhões por ano (equivalente à renda anual dos brasileiros, contra 40% nos países desenvolvidos).
  11. Apenas 7% da população universitária do Brasil cursam a pós-graduação (cerca de 100.000 estudantes), o que indica que a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão (uma das bases da isonomia salarial) é uma tese difícil de sustentar.
  12. As universidades públicas têm um professor para onze alunos, um funcionário para dez alunos e dois funcionários para cada professor.
  13. Embora frequentemente desvalorizada, a carreira de professor é a mais procurada dentre os estudantes universitários, correspondendo a cerca de 20% das matrículas em todo o país; ficando na frente de Administração e Direito, com um aumento de 40% entre 2001 e 2005. 
  14. Hoje, há ceca de 3 milhões de professores no Brasil. Destes, 58,5% trabalham em apenas uma escola, 32,2% em duas e apenas 9% em três, em jornadas semanais de sala de aula (com uma média de 27 e 37 alunos no ensino fundamental e médio, respectivamente) entre 1 e 20 horas (31%), 21 e 40 horas (54%) e mais que 40 horas (15%).
  15. 13% dos professores da rede estadual de SP faltam a cada dia.
  16. No ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), as escolas privadas atingiram uma média de 56 pontos e as públicas 37, numa escala de 0 a 100, o que equivaleria a notas 5,6 e 3,7, respectivamente, adotada a escala de 0 a 10 comumente utilizada nas avaliações escolares. No entanto, a nota média atribuída pelos pais às escolas de seus filhos no Brasil foi 8,1.
Haveria inúmeros pontos que poderiam ser listados em defesa da tese de que a educação no Brasil vai mal e que isso está muito mais relacionado aos recursos humanos disponíveis do que a investimentos, adicionalmente à políticas públicas de governo (e não de Estado), políticas sindicais corporativistas e formação intelectual deficiente dos pais. O livro fecha com uma receita que parece que vem dando certo num país asiático e que, aparentemente, nega tudo o que vem sendo aplicado no Brasil. Este país conquistou o primeiro lugar do PISA em 2009, com larga vantagem sobre os outros participantes. O avanço econômico desse país foi incrível nos últimos anos e suas políticas educacionais envolveram, dentre outros pontos, a meritocracia e privatizações, numa ousadia que pareceu surpreender boa parte do mundo capitalista ocidental. Trata-se da China, um país comunista e não democrático; portanto, muito distinto dos países da Europa Ocidental e da América do Norte, onde o Brasil comumente busca exemplos de políticas educacionais. Ao que parece, as ações adotadas foram eficientes em lançar a China à competitividade do mundo globalizado condições de igualdade com outras potências mundiais. Tido como um sujeito que defende a direita e a privatização da educação, dentre outros pecados, Gustavo Ioschpe nos oferece o exemplo de um país cujo regime, inacreditavelmente, parece ainda encantar alguns burocratas de Brasília e educadores de primeira linha em nosso país. 

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Aproveite: não há muitos!

Os ingleses costumam fazer piada com os seus colonizados dizendo que a única maneira deles criarem uma cultura é esquecendo um pedaço de queijo no sol por alguns dias. Australianos e americanos, dentre outros colonizados, odeiam a brincadeira. Os primeiros porque não entendem e os últimos porque realmente acreditam que contribuíram, de algum modo, para a cultura universal. E é claro que contribuíram. Mas quando se passa ao chamado americano médio, fica a impressão de que a grande nação é composta por um bando de desmiolados. Mas há exceções. Uma, notável, é o Michael Moore (www.michaelmoore.com/). Sugiro aos meus 18 leitores (número maior que aqueles do Agamenon (incluindo o anão) e do Artur Xexéo) que vejam os filmes dele. Os mais conhecidos talvez sejam Fahrenheit 9/11 e Tiros em Columbine. Mas eu gosto, particularmente de Sicho, que devassa o sistema de saúde dos Estados Unidos que, em alguns países abaixo da linha do equador, é tido como modelo a ser seguido. Michael Moore tomou para si uma luta inglória: ir frontalmente e, com muito bom humor e ironia fina, contra o american style of life que os americanos empurram goela abaixo do resto do planeta. Vale a pena, também, ler seus dois livros (Cartas da Zona de Guerra e Adoro Problemas) lançados há poucos anos no Brasil. Um compila inúmeras cartas trocadas entre combatentes das guerras santas americanas no oriente. O outro é uma autobiografia curta, mas muito interessante e hilária. Aproveite para conhecer um dos poucos americanos com consciência crítica ainda vivente. Não há muitos deles por aí. Na mesma linha, tente assistir Super size me!, do também americano Morgan Spurlock, feito em 2004 (mesmo ano em que Michael produziu Fahrenheit). Mas não se esqueça de dar um pulinho num McDonald's para comprar um lanche a ser saboreado enquanto você assite o filme! Preferencialmente, tudo grande. Afinal, é promoção.


www.drbayma.com 

www.michaelmoore.com/

Face the consequences!

É... ou você aprende inglês no CCAA, ou morre engolido por um tubarão no meio da rua. Ou coisa pior: pode acabar comendo um cachorro-quente em New York city sem ketchup, cebola ou mostarda. Já pensou? A ideia (incrível!) do anunciante é que se você aprende inglês no famigerado curso, fica tão fluente quanto um nativo. Lembrei disso quando, outro dia, parei o meu carro para abastecer num posto perto do meu trabalho. Pedi ao frentista que completasse o tanque. Ele iniciou os procedimentos e alguns minutos depois grunhiu algo como ... "au?@#$*!tchicu?". Levei uma fração de segundos para entender que ele me perguntava se bastava encher o tanque de acordo com o automático da bomba (que é quando ela desarma o gatilho da mangueira) ou se eu preferia que ele forçasse no manual até a boca do tanque. Pensei em algum gringo que tivesse feito o melhor curso de Português em qualquer país (inclusive algum de língua portuguesa) outro que não o nosso vivendo aquela situação. O pobre coitado acabaria sendo engolido por um tubarão (ou por um cardume voraz de piranhas, para ser mais tropical). Conheci vários falantes da nossa língua oriundos de Cabo Verde, Angola, Ilha da Madeira e Portugal, dentre outros lugares fora da Terrae Papagalis. Minha avó, trasmontina da aldeia de Santa Valha, no norte de Portugal, viveu mais de 50 anos no Brasil e minha esposa mal entendia o que a velha falava. Mas é a tal coisa: se uma pessoa acha, realmente, que corre o risco de ser engolida por um tubarão em praça pública, poderá achar, também, que conseguirá falar perfeitamente uma língua estrangeira como qualquer nativo local. Lógica midiática. Mas na minha opinião, o predador é outro: tem asas, bico pontudo e garras afiadas. Por isso, ou você entende de fato a propaganda, ou, como eles mesmos dizem, face the consequences. That's all, folks.


Foto retirada de http://renovobinladen.g3wsites.com/files/2011/06/aguia-americana-1308673740.jpg. Mas, sinceramente, o site é uma droga!

AZANTA: uma tribo urbana.

Antropólogos revelaram recentemente a descoberta de uma nova tribo que habita um certo país na América do Sul. O nome da tribo, segundo os cientistas, é AZANTA. De hábitos peculiares, os integrantes da tribo se reúnem em locais fechados conhecidamente perigosos, somente para se divertir. Costumam festejar esses encontros com demonstrações pirotécnicas claramente desaconselháveis e irresponsáveis. A tribo não tem um sistema de escrita. As tradições e conhecimentos são passados oralmente, dos mais velhos para os mais jovens, em locais que, na língua nativa, são denominados ex-cola (com hífem mesmo). Os jovens AZANTA odeiam os nerds, que constituem uma etnia minoritária que ocupa um território vizinho. Os AZANTA têm uma dieta quase que exclusivamente baseada em cabohidratos, glicose, glucamatos e lipídios que, para os seres humanos da sociedade ocidental, sempre constituíram um enorme perigo à saúde. Mas eles parecem não se importar com isso. Equipes de antropólogos, sociólogos e astrólogos tentam integrar, atualmente, os AZANTA à nossa sociedade desenvolvida. O que parecia ser difícil, inicialmente, acabou transformando-se em tarefa deveras fácil de realizar. Os AZANTA não tiveram dificuldades, por exemplo, em seguir sua dieta exótica quando apresentados às sensacionais ofertas do McDonald's e Burger King, por exemplo. Visitaram algumas universidades e, aparentemente, não estranharam os métodos pedagógicos empregados que, à semelhança dos seus, parecem totalmente baseados na transmissão oral do conhecimento. Alguns integrantes mais críticos (se é que o termo pode ser aplicado aos AZANTA) da tribo chegaram mesmo a afirmar que seu grande mestre, Oh!mássimo, criador da técnica "Eu finjo que ensino e vocês fingem que aprendem", deve ter influenciado, de algum modo, os doutores (especialmente os sindicalizados) que eles conheceram em algumas universidades que visitaram. Os estudos prosseguem.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Mais da loura!

Nem toda loura é burra, mas a que trabalha comigo é! Outro dia, maior calorão, paramos num shopping em Itaguaí para tomar um sorvete. Eu adoro o do Bob's.  O cara na minha frente, na fila, perguntou quanto era o sorvete. "É R$ 1,50", respondeu a atendente. Na minha vez, pedi: "Um sorvete pequeno, por favor". E a atendente: "É R$ 2,15." Aí, perguntei: "Mas não o preço não é R$ 1,50?". Aí, a atendente me explicou que esse era o preço do médio. O pequeno era R$ 2,15! Eu ri muito, e alto. A loura, coitada, não entendeu nada. Eu ri porque me perguntava o que me faria pagar mais por menos sorvete e o porquê da empresa vender mais sorvete por um menor preço. É a glicose a preços baixos. Disse que me recusava a pagar um preço maior por um sorvete menor. A atendente tentou me convencer a levar o médio, pagando menos. Eu recusei a glicose subvencionada. Ela tentou me convencer que era uma promoção. Mas eu só pensava em indução. Já a loura tinha saído da fila porque não suporta discussão. Foi para a loja do lado, ver as promoções de celulares. Eu fiquei esperando os seguranças que viriam me conter. Mas o gerente chegou antes, me deu o sorvete e não cobrou nada. Recusei e fui embora. A loura voltou e me informou: "'Tão vendendo celular baratinho ali do lado. Maior promoção. Torpedo ilimitado!". Perguntei: "E quanto se paga por isso?". E a loura: "Não entendeu? É ILIMITADO!. E cadê o meu sorvete?".  

SÓ FALTA ENTERRAR.

Parece que há palavras que já estão mortas. Não são mais usadas ou, quando usadas, remetem à nada. Outro dia li no jornal: "Pede-se aos políticos que tenham reputação ilibada". Quem, dentre vós, sabeis o significado da palavra ilibada? Reputação ilibada é boa reputação? E reputação, é ação repetida de ... você sabe quem? Se for, como poderá haver reputação ilibada, no caso em que ilibada é o mesmo que boa? Perspicaz, não? Aliás, há palavra mais morta que perspicaz? Quem, hoje, ainda se acha perspicaz? E se tudo isso lhe parecer jocoso ou pernóstico, como saber ao certo, se não se sabe ao certo o que jocoso e pernóstico realmente significam? Delegamos ao tempo o trabalho de enterrar as palavras mortas ou nós mesmos as enterramos? E se não as enterrarmos, sofreremos como os habitantes de Antares, cuja hipocrisia foi revelada pelos seus sete mortos insepultos (como deliciosamente narrado por Érico Veríssimo)?

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Poesia é coisa de fresco: II

O coroa com cara de xerife em "Poesia é coisa de fresco" é o poeta americano Walter Whitman. Em janeiro do ano passado, em viagem ao país que não existe governado por um rato (Disneyland), eu me submeti a um autotratamento após a lavagem cerebral do outro Walter e comprei Leaves of Grass. Sensacional! O poeta nasceu em 31 de maio de 1819 em Long Island, New York. Filho de carpinteiro e de mãe não letrada; irmãos alcólatras ou insanos. Trabalhou em jornais como repórter de casos cotidianos até passar a crítico, iniciando uma convivência com artistas de teatro, músicos e escritores. Leaves of Grass foi publicado em 1855. Posteriormente, o drama da Guerra Civil americana influenciou alguns dos poemas que Walt escreveu. Era abertamente homosexual numa época em que isso poderia custar a própria vida (em alguns casos e lugares, não é ainda assim hoje?). Gostava de ler seus poemas em voz alta. Foi amigo de Thomas Edison e emprestou sua voz possante aos primeiros testes do fonógrafo, já no fim da vida. Walt Whitman escrevia com um espírito independente e livre, e paixão. Tinha um estilo incisivo que, de acordo com a novaiorquina Karen Karbiener, professora de Inglês e Literatura Comparada da New York University, parecia apontar o dedo para o nariz do leitor! Seus versos, ora curtos ora longos, e elipses de vários tamanhos, distinguem seus poemas das métricas de alguns de seus contemporâneos. Devem ser lidos com o espírito relaxado, com a espontaneidade de quem não se importa em ser conquistado. Tudo fiel à mais pura poesia e atrevimento. Em 1882, Leaves of Grass foi considerada literatura imoral. Walt teve um infarte em 1873 e morreu dez dias após escrever seu último poema (A thought of Columbus), em 26 de março de 1892, aos 73 anos. Mas nos deixou versos como:

I am the poet of the body, 
And I am the poet of the soul.

Também...

To the States or any one of Them, or any city of the States,
Resist much, obey little.

Ainda ...

Shut not your doors to me proud libraries,
For that which was lacking on all your well-fill'd shelves, yet
needed most, I bring 
Forth from the war emerging, a book I have made,
The words of my book nothing, the drift of it every thing.

Demais, não?  

domingo, 13 de janeiro de 2013

DEU NO JORNAL!

Geologia: eu quero uma prá viver! Paródia justa ao roqueiro em tempos de túneis cadentes. Deu no jornal: tudo culpa de um mineral raro: o argilo! O repórter deve ter achado que argilomineral é igual a mineral argilo. Argilo não é mineral, já argilomineral é. Quem sabe isso de cor e salteado é o geólogo. A geóloga também. Alguns argilominerais se expandem, mas nem todos. Os engenheiros afirmaram que os culpados dos problemas com o túnel da Grota Funda são do tipo que se expandem e, assim, movimentam as fraturas onde crescem. A culpa não foi da Engenharia, foi da Geologia. Ou da natureza. Neste caso, da natureza expansiva de um tipo de argilomineral. O que engenheiros e políticos não disseram é que Geologia e Engenharia andam juntas. Há até uma especialidade chamada Geologia de Engenharia e outra chamada Geotecnia, onde as duas áreas do conhecimento tentam conviver. Grandes e pequenas obras têm que ser precedidas e acompanhadas por laudos geotécnicos. A gerentada da construtora do Dr. Norberto deve saber disso. Os assessores do prefeito e governador também deveriam saber. E deveriam todos conversar entre eles. Uma voltinha pela Serra da Grota Funda mostra como essa parte do Maciço da Pedra Branca é fraturada. Não precisa chover para as fraturas serem regadas. A água subterrânea já faz isso. Há alguns anos, pedaços do teto dos túneis Rebouças e do Joá também caíram. Túneis de 30 anos! Já o da Grota Funda...

POESIA É COISA DE FRESCO!

Poema é o que está escrito. Poesia é o que o poema inspira. O que inspira, refresca, tanto o coração quanto a mente. Refrescado, se fica fresco. Quer ver?

Quinto motivo da rosa (Cecília Meireles)

Antes do teu olhar, não era, 
nem será depois,  - primavera.
Pois vivemos do que perdura,

não do que fomos. Desse acaso
do que foi visto e amado: - o prazo
do Criador na criatura...

Não sou eu, mas sim o perfume
que em ti me conserva e resume
o resto, que as horas consomem.

Mas não chores, que no meu dia,
há mais sonho e sabedoria
que nos vagos séculos do homem.


E agora, tá fresco? Pensou? Quem fala, é a rosa ou aquele (aquela) que a observa? Poemas fazem sentir. E pensar.Tente também: Mário Quintana ("Eles passarão, eu passarinho!"), Carlos Drummond de Andrade e Guimarães Rosa (é isso mesmo; além de romancista ele foi premiado por seu livro de poemas chamado Magma!). Olavo Bilac ("... ora direis ouvir estrelas...") e Castro Alves (escreveu poemas incríveis quando tinha apenas 18 aninhos!).

E esse aí, da foto, quem é: 1) o ator que fez Gandalf na série O Senhor dos Anéis?; 2) o xerife machão daquela cidade do velho oeste americano?; 3) Papai Noel de férias? ou 4) Nenhuma das respostas anteriores. Quem é esse sujeito?








BULA NO BANHEIRO!

Quem gosta de ler lê até bula no banheiro. Esse ano tem bienal no Rio. Lá se compra livro a menos de R$ 1,00. Clássicos encadernados e com bordas douradas são encontrados a R$ 10,00. Deve-se ler tudo, de livros técnicos a romances clássicos, crônicas, contos e poemas. Rubem Braga, um dos maiores cronistas brasileiros, nasceu ontem, há 100 anos atrás, mas seus escritos atingem em cheio os corações e mentes de jovens hoje! Nasceu em Cachoeiro de Itapemirim em 1928 e vivia numa cobertura em Ipanema, no Rio de Janeiro, num prédio vizinho da Favela do Cantagalo, quando morreu de câncer em 1990. A cobertura é conhecida ainda hoje por abrigar um jardim que destoa do concreto ao redor. Marcou o local, onde hoje se ergue Complexo Rubem Braga. Do alto do Mirante da Paz pode-se apontar para lá e dizer: - "Naquele quintal aéreo viveu o fazendeiro do ar!". Era lá que reunia seus amigos Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Hélio Pelegrino, Paulo Mendes Campos e Millor Fernandes, dentre vários. Foi correspondente de guerra na Europa e, em 1944, foi o único jornalista brasileiro a acompanhar a campanha da Força Expedicionária Brasileira contra os alemães na Itália. Entrevistou Picasso, Sartre e Chagall, dentre outros intelectuais da Europa. Foi sócio de Fernando Sabino numa editora. Rubem Braga namorou Tônia Carrero e Bluna Wainer e "apaixonou-se" pelas maiores beldades de sua época. Escreveu mais de 15.000 crônicas, muitas em diferentes jornais. Visite as exposições que serão feitas em Vitória, São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Recife em homenagem aos seus 100 anos, sob curadoria de Joaquim Ferreira dos Santos (O Gente Boa de O GLOBO). Depois, vá numa livraria, compre pelo menos um dos cinco lançamentos comemorativos dos seus 100 anos. Algumas de suas crônicas beiravam a poesia ("O pavão é um arco-iris de plumas"). É a única maneira de levar o carrancudo Velho Braga para o banheiro. Mas a leitura será melhor que qualquer bula.

FOTO: DESCUBRA ONDE FICA O "Quintal Aéreo" do Fazendeiro do Ar. Dica: próximo da esquina entre a Barão da Torre e a Teixeira de Melo.






CONTAR PIADA É FÁCIL! DIFÍCIL É A LOURA BURRA ENTENDER!

Nem toda loura é burra, mas a que trabalha comigo é! No dia 11 de janeiro de 2013, no dia seguinte à chuva torrencial que caiu sobre a cidade do Rio de Janeiro, estávamos indo juntos para a universidade e tivemos que alterar nossa rota. Havia um sinal luminoso na entrada do Túnel da Grota Funda (sentido Guaratiba) que dizia TÚNEL EM MANUTENÇÃO. Ri muito, em alto e bom som. A loura ficou séria. Ela não sabia que os serviços de manutenção dos túneis da cidade (Zuzu Angel, Rebouças e outros) são feitos nas madrugadas de fins de semana. Ela também não atentou para a possibilidade da "manutenção" ter alguma relação com as chuvas do dia anterior e daquela madrugada. A loura não gosta de política, mas acha alguns políticos uns gatos! Eu já acho alguns políticos uns piadistas. Eu ri porque entendi a piada. Manutenção é uma coisa, reparo é outra. Mas eu reparo. Já a loura, é burra!