quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Poesia é coisa de fresco: II

O coroa com cara de xerife em "Poesia é coisa de fresco" é o poeta americano Walter Whitman. Em janeiro do ano passado, em viagem ao país que não existe governado por um rato (Disneyland), eu me submeti a um autotratamento após a lavagem cerebral do outro Walter e comprei Leaves of Grass. Sensacional! O poeta nasceu em 31 de maio de 1819 em Long Island, New York. Filho de carpinteiro e de mãe não letrada; irmãos alcólatras ou insanos. Trabalhou em jornais como repórter de casos cotidianos até passar a crítico, iniciando uma convivência com artistas de teatro, músicos e escritores. Leaves of Grass foi publicado em 1855. Posteriormente, o drama da Guerra Civil americana influenciou alguns dos poemas que Walt escreveu. Era abertamente homosexual numa época em que isso poderia custar a própria vida (em alguns casos e lugares, não é ainda assim hoje?). Gostava de ler seus poemas em voz alta. Foi amigo de Thomas Edison e emprestou sua voz possante aos primeiros testes do fonógrafo, já no fim da vida. Walt Whitman escrevia com um espírito independente e livre, e paixão. Tinha um estilo incisivo que, de acordo com a novaiorquina Karen Karbiener, professora de Inglês e Literatura Comparada da New York University, parecia apontar o dedo para o nariz do leitor! Seus versos, ora curtos ora longos, e elipses de vários tamanhos, distinguem seus poemas das métricas de alguns de seus contemporâneos. Devem ser lidos com o espírito relaxado, com a espontaneidade de quem não se importa em ser conquistado. Tudo fiel à mais pura poesia e atrevimento. Em 1882, Leaves of Grass foi considerada literatura imoral. Walt teve um infarte em 1873 e morreu dez dias após escrever seu último poema (A thought of Columbus), em 26 de março de 1892, aos 73 anos. Mas nos deixou versos como:

I am the poet of the body, 
And I am the poet of the soul.

Também...

To the States or any one of Them, or any city of the States,
Resist much, obey little.

Ainda ...

Shut not your doors to me proud libraries,
For that which was lacking on all your well-fill'd shelves, yet
needed most, I bring 
Forth from the war emerging, a book I have made,
The words of my book nothing, the drift of it every thing.

Demais, não?  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não seja tímido! Eu sei que você está tentado a atentar contra esta postagem. Vá em frente. Não resista à tentação do atentado!