sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Pérolas de sabedoria ...

Momento Pérolas de Sabedoria.

Tudo o que você sempre quis saber sobre ...

COMO SE COMPORTAR DURANTE UMA ENTREVISTA DE EMPREGO!


Não deve:

  1. Usar o seu corpitcho para seduzir o entrevistador. 
  2. Mentir na entrevista.
  3. Cruzar pernas e braços, mover os olhos (principalmente para o alto à sua direita), piscar ou fechar os olhos, ficar batendo o pezinho, gaguejar, pigarrear, tossir e rir alto.
  4. Sorrir de piadas politicamente incorretas feitas pelo entrevistador.
  5. Falar palavrão, tirar remela e cuspir no chão da sala. Peidar e arrotar também não pode. Mas isso você já sabia, né?

    Deve:

    1. Vestir roupas com cores neutras (preto, bege ... os chamados tons pasteis). Nunca vestidos ou saias  (especialmente homens); sempre calça. 
    2. Olhar fixamente (e sem piscar) o entrevistador enquanto responde às perguntas, mantendo pernas entreabertas (daí as calças!) e braços separados do tronco com as mãos espalmadas sobre as coxas próximo à cintura. Movimente pernas e braços, ocasionalmente. 
    3. Não oferecer a mão para o cumprimento, mas apertar firmemente a mão do entrevistador caso ele tome a iniciativa do cumprimento. Seque a mão e esfregue elas um pouco para omitir o suor e o frio do nervosismo um pouco antes de entrar na sala.
    4. Sorrir, silenciosamente, quando o entrevistador fizer algum comentário leve e bem humorado.
    5. Falar corretamente e o estritamente necessário. Nada de ... tipo ..., com certeza!, a nivel de ... e gerundismo. Pensar por uma fração de segundos (sem criar um silêncio vamos ouvir o grilinho) antes de responder e nunca, jamais, iniciar a resposta antes do entrevistador terminar a pergunta.
    Agora, fazer isso tudo sem conteúdo, não adianta nada!

    É aí que reside a estupidez dos livros de auto-ajuda. Eles oferecem aquelas regras que só vão servir para quem não tem nada a oferecer. Porque se você tem algo a oferecer, a última coisa do mundo que você vai precisar é de orientação sobre como se comportar numa entrevista.

    Gostou? Não gostou? Marca aí embaixo.

    Até a próxima.

    Ora, ora, ora...

    Você visitou o blog, eu sei disso.

    Saímos de cerca de 80 acessos em 2 de novembro (quando mandei um email atentando algumas pessoas) para -10 acessos hoje.

    Você leu e não gostou.

    Então, marque lá no não gostei e deixe um comentário bem desaforado.

    Ninguém quer me atentar?


    quarta-feira, 2 de novembro de 2016

    Midiático tolo!

    Assombro duplo: Gilmar Mendes na TV e, antes dele, Dalton Dallagnol.

    A melhor apresentação que assisti, no último congresso em que estive, foi a de um colega que, trazendo um tema de menor expressão (mas não menos importante!), terminou com um slide onde esse tema ficava na parte central e vários temas periféricos apontavam para ele, numa inteligente alusão à apresentação do Dalton Dallagnol que apresentou Lula como um capo di tutti capi. A plateia adorou! E ninguém gritou Fora Temer, numa bem-vinda demonstração de civilidade. Puro respeito ao local e contexto. Bem diferente das vaias que ouvimos da torcida brasileira durante as Olimpíadas. Civilidade é, dentre outras coisas, se comportar adequada e coerentemente em diferentes situações. Há lugar para tudo.

    Dalton inovou juridicamente ao enfatizar a evidência em detrimento dos fatos, pretendendo encerrar um debate de culpabilidade. Não alcançou o que pretendia, desfocou a atenção pública e alimentou a hipótese de uma perseguição política que a defesa de Lula conseguiu levar para uma corte internacional. Jogou contra a abordagem eminentemente técnica da Lava-Jato (em que pretendo crer, até prova em contrário). Os esquemas que aparecem na Lava-Jato extrapolam a possibilidade de haver um capo di tutti capi. Os esquemas são projetos de Estado (neste caso, um Estado da Corrupção) e abrangem governos atuais e passados, incluindo partidos de presença constante no cenário político brasileiro dos últimos 30 anos, como o PMDB.

    Ver Gilmar Mendes na TV, há dias atrás, me lembrou programas humorísticos de décadas atrás. Personagens como o Vampiro Brasileiro, de Chico Anísio, ou a Múmia Paralítica, do Agildo Ribeiro. Teria sido cômico não tivesse sido trágico. Isso para não comentar o discurso, tremendamente tendencioso, vindo do ocupante do posto máximo do STE.

    Tempos duros, esses.

    Não sigam essa receita!

    Por favor, não sigam essa receita: façam suas próprias receitas.

    A auto-ajuda não ajuda ninguém. Atrapalha, porque simplifica o complexo da vida.

    Eu gostaria de um mundo com mais MPB e rock do que raves e funks. Mais artes plásticas do que pokemons. Mais livros do que blogs (meu momento aparentemente incoerente: cuidado!). 

    Essas são questões estéticas, muito embora também éticas. Poderíamos conversar horas, dias, anos ... uma vida inteira sobre tudo isso. Por que não fazemos, então?

    Que tal:

    1) você juntar duas ou mais pessoas e iniciar um clube de leitura? Mas nada técnico, por favor. Romances, crônicas, contos e poemas. Hemingways, Hesses, Rosas, Andrades, Quintanas, Gullares e assemelhados. Isso sim. Onde se discuta sobre os desafios da vida complexa. Não sobre a simplicidade da auto-ajuda. Matemática e Física são fáceis. Difícil é moral, ética e filosofia. Que tal?

    2) você juntar duas ou mais pessoas, pagar um UBER, e ir a um museu pelo menos uma vez por mês (para começar, ao menos)? Fazer como vemos nos filmes: pessoas paradas diante de telas e esculturas desafiadoras e enigmáticas. Picassos são ótimos para isso. Um exercício que estimula neurônios e sentimentos. Que tal??

    3) você juntar duas ou mais pessoas para ler a PEC 241 (agora 55)? Para assistirem ao Jornal Nacional uma noite e discutirem o que há e o que não há de notícia ali? Para lerem o jornal (qualquer um) de domingo enquanto tomam o café da manhã? Só de domingo! Em qualquer lugar (no Restaurante Universitário, no quarto do alojamento, no quarto ou sala da casa, na rua). Que tal?

    4) Para discutirem a dissonância cognitiva e o shifiting baselines de um mundo cruel, cheio de migrações, genocídio, infanticídio e perversões? Putz!!

    Fácil, não? De jeito nenhum.

    Fácil é engolir o óbvio ululante, desacompanhado da reflexão. Fácil é passar horas na internet. Fácil é o facebook. Fácil é criticar a mensagem vazia do telejornal da direita reacionária e aceitar a mensagem vazia, não reflexiva, da esquerda cambaleante. Difícil é construir um mundo novo. Desafio para gerações: seria possível construir um mundo sem direita e esquerda? Onde mora o meu sonho: na utopia ou na distopia?

    Ainda bem que eu vou morrer logo!

    Vortemu II: a revanche!

    As águas de março fecharam o verão (de 2016) quando eu coloquei meu último atentado no ar. E o próximo verão já está chegando! Por isso (e por mais que isso), eu voltei (guenta coração).

    Dia de finados em novembro, vejo finalizado um outubro de ocupações de escolas e universidades por estudantes, PECs e disputas infames por prefeituras em todo o Brasil.

    Tudo muito longe. Distante. Ah, não! O prédio onde trabalho foi trancado por estudantes e não consigo trabalhar no meu local de trabalho (redundância proposital) há três dias. A geração da luta pela tolerância não tolera que não conversem com ela (e olha que eu converso, hein), sendo esse um direito de qualquer pessoa num estado democrático. Isso me fez refletir sobre alguns temas:

    1) eu seria estuprado, por um grupo desses estudantes, se eu estivesse usando pouca roupa mas não pretendesse transar com ninguém?
    2) eu seria humilhado, ou espancado, por um grupo desses estudantes, caso defendesse o ingresso na universidade por puro mérito em oposição às cotas?
    3) eu seria considerado neoliberal, coxinha (não sei o que esse termo significa, desculpe), intolerante ou racista, por um grupo desses estudantes, caso expusesse, em assembleia perante eles, minhas considerações sobre a PEC,  a estabilidade no emprego e a isonomia salarial no funcionalismo público, dentre outros temas em permanente discussão, ainda que velada, no Brasil?

    Trancar prédios para forçar diálogo é ruim. Digo isso porque não forço estudantes a assistirem minhas aulas, por exemplo. Tento inovar, a cada aula, para que eles se sintam bem dialogando comigo. Digo isso porque não forço meus filhos a conversarem comigo, por exemplo. Tento dar o bom exemplo, em casa e fora dela.

    Não acerto sempre.

    Mas vou por aí, tentando. E atentando. Por que não há riqueza, em lugar nenhum do mundo, que supere a juventude de uma nação. E eu acredito que a nossa juventude pode pensar em algo mais inteligente do que trancar prédios para tentar dialogar com quem quer que seja que eles queiram dialogar.

    PS: muito cuidado com professores com discursos inflamados. É fácil desfocar temas e inflamar ânimos com palavras de ordem e gestos teatrais, geralmente desconectados com ações cotidianas coerentes com o discurso. Eu saberia fazer isso melhor que ninguém. E fiz quando participava do movimento estudantil (quando era estudante, e não sendo professor). Mas não faço isso. Prefiro o diálogo calmo e tolerante, onde eu sempre tenha a oportunidade de afirmar: eu estava errado, desculpe! Mas um desculpe sincero.