sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Pérolas de sabedoria ...

Momento Pérolas de Sabedoria.

Tudo o que você sempre quis saber sobre ...

COMO SE COMPORTAR DURANTE UMA ENTREVISTA DE EMPREGO!


Não deve:

  1. Usar o seu corpitcho para seduzir o entrevistador. 
  2. Mentir na entrevista.
  3. Cruzar pernas e braços, mover os olhos (principalmente para o alto à sua direita), piscar ou fechar os olhos, ficar batendo o pezinho, gaguejar, pigarrear, tossir e rir alto.
  4. Sorrir de piadas politicamente incorretas feitas pelo entrevistador.
  5. Falar palavrão, tirar remela e cuspir no chão da sala. Peidar e arrotar também não pode. Mas isso você já sabia, né?

    Deve:

    1. Vestir roupas com cores neutras (preto, bege ... os chamados tons pasteis). Nunca vestidos ou saias  (especialmente homens); sempre calça. 
    2. Olhar fixamente (e sem piscar) o entrevistador enquanto responde às perguntas, mantendo pernas entreabertas (daí as calças!) e braços separados do tronco com as mãos espalmadas sobre as coxas próximo à cintura. Movimente pernas e braços, ocasionalmente. 
    3. Não oferecer a mão para o cumprimento, mas apertar firmemente a mão do entrevistador caso ele tome a iniciativa do cumprimento. Seque a mão e esfregue elas um pouco para omitir o suor e o frio do nervosismo um pouco antes de entrar na sala.
    4. Sorrir, silenciosamente, quando o entrevistador fizer algum comentário leve e bem humorado.
    5. Falar corretamente e o estritamente necessário. Nada de ... tipo ..., com certeza!, a nivel de ... e gerundismo. Pensar por uma fração de segundos (sem criar um silêncio vamos ouvir o grilinho) antes de responder e nunca, jamais, iniciar a resposta antes do entrevistador terminar a pergunta.
    Agora, fazer isso tudo sem conteúdo, não adianta nada!

    É aí que reside a estupidez dos livros de auto-ajuda. Eles oferecem aquelas regras que só vão servir para quem não tem nada a oferecer. Porque se você tem algo a oferecer, a última coisa do mundo que você vai precisar é de orientação sobre como se comportar numa entrevista.

    Gostou? Não gostou? Marca aí embaixo.

    Até a próxima.

    Ora, ora, ora...

    Você visitou o blog, eu sei disso.

    Saímos de cerca de 80 acessos em 2 de novembro (quando mandei um email atentando algumas pessoas) para -10 acessos hoje.

    Você leu e não gostou.

    Então, marque lá no não gostei e deixe um comentário bem desaforado.

    Ninguém quer me atentar?


    quarta-feira, 2 de novembro de 2016

    Midiático tolo!

    Assombro duplo: Gilmar Mendes na TV e, antes dele, Dalton Dallagnol.

    A melhor apresentação que assisti, no último congresso em que estive, foi a de um colega que, trazendo um tema de menor expressão (mas não menos importante!), terminou com um slide onde esse tema ficava na parte central e vários temas periféricos apontavam para ele, numa inteligente alusão à apresentação do Dalton Dallagnol que apresentou Lula como um capo di tutti capi. A plateia adorou! E ninguém gritou Fora Temer, numa bem-vinda demonstração de civilidade. Puro respeito ao local e contexto. Bem diferente das vaias que ouvimos da torcida brasileira durante as Olimpíadas. Civilidade é, dentre outras coisas, se comportar adequada e coerentemente em diferentes situações. Há lugar para tudo.

    Dalton inovou juridicamente ao enfatizar a evidência em detrimento dos fatos, pretendendo encerrar um debate de culpabilidade. Não alcançou o que pretendia, desfocou a atenção pública e alimentou a hipótese de uma perseguição política que a defesa de Lula conseguiu levar para uma corte internacional. Jogou contra a abordagem eminentemente técnica da Lava-Jato (em que pretendo crer, até prova em contrário). Os esquemas que aparecem na Lava-Jato extrapolam a possibilidade de haver um capo di tutti capi. Os esquemas são projetos de Estado (neste caso, um Estado da Corrupção) e abrangem governos atuais e passados, incluindo partidos de presença constante no cenário político brasileiro dos últimos 30 anos, como o PMDB.

    Ver Gilmar Mendes na TV, há dias atrás, me lembrou programas humorísticos de décadas atrás. Personagens como o Vampiro Brasileiro, de Chico Anísio, ou a Múmia Paralítica, do Agildo Ribeiro. Teria sido cômico não tivesse sido trágico. Isso para não comentar o discurso, tremendamente tendencioso, vindo do ocupante do posto máximo do STE.

    Tempos duros, esses.

    Não sigam essa receita!

    Por favor, não sigam essa receita: façam suas próprias receitas.

    A auto-ajuda não ajuda ninguém. Atrapalha, porque simplifica o complexo da vida.

    Eu gostaria de um mundo com mais MPB e rock do que raves e funks. Mais artes plásticas do que pokemons. Mais livros do que blogs (meu momento aparentemente incoerente: cuidado!). 

    Essas são questões estéticas, muito embora também éticas. Poderíamos conversar horas, dias, anos ... uma vida inteira sobre tudo isso. Por que não fazemos, então?

    Que tal:

    1) você juntar duas ou mais pessoas e iniciar um clube de leitura? Mas nada técnico, por favor. Romances, crônicas, contos e poemas. Hemingways, Hesses, Rosas, Andrades, Quintanas, Gullares e assemelhados. Isso sim. Onde se discuta sobre os desafios da vida complexa. Não sobre a simplicidade da auto-ajuda. Matemática e Física são fáceis. Difícil é moral, ética e filosofia. Que tal?

    2) você juntar duas ou mais pessoas, pagar um UBER, e ir a um museu pelo menos uma vez por mês (para começar, ao menos)? Fazer como vemos nos filmes: pessoas paradas diante de telas e esculturas desafiadoras e enigmáticas. Picassos são ótimos para isso. Um exercício que estimula neurônios e sentimentos. Que tal??

    3) você juntar duas ou mais pessoas para ler a PEC 241 (agora 55)? Para assistirem ao Jornal Nacional uma noite e discutirem o que há e o que não há de notícia ali? Para lerem o jornal (qualquer um) de domingo enquanto tomam o café da manhã? Só de domingo! Em qualquer lugar (no Restaurante Universitário, no quarto do alojamento, no quarto ou sala da casa, na rua). Que tal?

    4) Para discutirem a dissonância cognitiva e o shifiting baselines de um mundo cruel, cheio de migrações, genocídio, infanticídio e perversões? Putz!!

    Fácil, não? De jeito nenhum.

    Fácil é engolir o óbvio ululante, desacompanhado da reflexão. Fácil é passar horas na internet. Fácil é o facebook. Fácil é criticar a mensagem vazia do telejornal da direita reacionária e aceitar a mensagem vazia, não reflexiva, da esquerda cambaleante. Difícil é construir um mundo novo. Desafio para gerações: seria possível construir um mundo sem direita e esquerda? Onde mora o meu sonho: na utopia ou na distopia?

    Ainda bem que eu vou morrer logo!

    Vortemu II: a revanche!

    As águas de março fecharam o verão (de 2016) quando eu coloquei meu último atentado no ar. E o próximo verão já está chegando! Por isso (e por mais que isso), eu voltei (guenta coração).

    Dia de finados em novembro, vejo finalizado um outubro de ocupações de escolas e universidades por estudantes, PECs e disputas infames por prefeituras em todo o Brasil.

    Tudo muito longe. Distante. Ah, não! O prédio onde trabalho foi trancado por estudantes e não consigo trabalhar no meu local de trabalho (redundância proposital) há três dias. A geração da luta pela tolerância não tolera que não conversem com ela (e olha que eu converso, hein), sendo esse um direito de qualquer pessoa num estado democrático. Isso me fez refletir sobre alguns temas:

    1) eu seria estuprado, por um grupo desses estudantes, se eu estivesse usando pouca roupa mas não pretendesse transar com ninguém?
    2) eu seria humilhado, ou espancado, por um grupo desses estudantes, caso defendesse o ingresso na universidade por puro mérito em oposição às cotas?
    3) eu seria considerado neoliberal, coxinha (não sei o que esse termo significa, desculpe), intolerante ou racista, por um grupo desses estudantes, caso expusesse, em assembleia perante eles, minhas considerações sobre a PEC,  a estabilidade no emprego e a isonomia salarial no funcionalismo público, dentre outros temas em permanente discussão, ainda que velada, no Brasil?

    Trancar prédios para forçar diálogo é ruim. Digo isso porque não forço estudantes a assistirem minhas aulas, por exemplo. Tento inovar, a cada aula, para que eles se sintam bem dialogando comigo. Digo isso porque não forço meus filhos a conversarem comigo, por exemplo. Tento dar o bom exemplo, em casa e fora dela.

    Não acerto sempre.

    Mas vou por aí, tentando. E atentando. Por que não há riqueza, em lugar nenhum do mundo, que supere a juventude de uma nação. E eu acredito que a nossa juventude pode pensar em algo mais inteligente do que trancar prédios para tentar dialogar com quem quer que seja que eles queiram dialogar.

    PS: muito cuidado com professores com discursos inflamados. É fácil desfocar temas e inflamar ânimos com palavras de ordem e gestos teatrais, geralmente desconectados com ações cotidianas coerentes com o discurso. Eu saberia fazer isso melhor que ninguém. E fiz quando participava do movimento estudantil (quando era estudante, e não sendo professor). Mas não faço isso. Prefiro o diálogo calmo e tolerante, onde eu sempre tenha a oportunidade de afirmar: eu estava errado, desculpe! Mas um desculpe sincero. 

    sexta-feira, 18 de março de 2016

    Todos juntos nessa campanha!

    Eu estou aqui para lembrar ...



    ... que esse mosquito não transmite apenas a dengue.


    Ele traz um problema ainda maior que pode estar batendo na porta da sua casa.



    E, se contraído, pode trazer sequelas para o resto da vida!





    Como evitar? Fazendo o básico gente: matando o mosquito!



    E pode ter certeza: um mosquito não é maior que um país inteiro!





    VAMOS ACABAR COM ESSE MOSQUITO!








    A fábula da cascavel e da formiga.

    Era uma vez uma formiga que estava caçando comida quando, de repente, perturbou o sono de uma cascavel. A cobra ficou furiosa e, imediatamente, agitou seu guizo e falou:

    - Quem se atreve a pisar em mim?

    E a formiga:

    - Fui eu, senhora cascavel. Mas não tive intenção. Conheço sua fama e sei que não gosta que pisem no seu rabo!

    - É isso mesmo. Eu sou pior do que jararaca!, continuava a cascavel sempre agitando muito seu guizo.

    A formiga, sem saber ao certo o que aconteceria, ficou estática. Mas a cascavel, sempre fazendo barulho com seu guizo, continuou seu discurso:

    - Onde já se viu? Uma formiguinha de m*#$erda acha que pode pisar em mim e sair ilesa. Será que já se esqueceram do que eu fiz por este deserto? O trabalho que tive para equilibrar o meio ambiente, distribuindo meu veneno por aí, para que os roedores não se proliferassem devorando tudo ao redor, sempre insaciáveis na sua sede e fome de poder! Até homens eu matei para que nosso deserto se tornasse um lugar onde todos pudessem ter um lugar ao Sol. E aí, me vem essa formiguinha e ...

    A formiga, com muito medo, tentou argumentar:

    - Senhora cascavel, todos nós, habitantes desse deserto a temos como um símbolo. Um exemplo. Nós sabemos que a senhora e os seus companheiros de covil sempre estiveram ao lado dos mais necessitados. Eu, realmente, não pretendia interromper o seu sono, o seu merecido descanso. É que ...

    A cascavel, agitando cada vez mais seu guizo, gritou:

    - Chega! Não suporto tanta ingratidão. Não é só você, pequenina formiga. São esses malditos roedores que se acham no direito de julgar os meus atos. Esses humanos que invadem nosso deserto em busca de tesouros. Insetos, aves, outros répteis ... eu não mereço isso. Eu tenho uma história de vida! Eu ...

    A cascavel foi interrompida porque outra formiga acabava de pisar-lhe o rabo novamente.

    - Ah... de novo, não! Assim já é demais!, falou a cascavel.

    Mas agora, a outra formiguinha, mais atrevida, respondeu:

    - Mas o que é que foi? A senhora fica estirada aí, no meio da nossa trilha, e não quer que a gente passe por cima?

    E a cascavel pensou: nós? Mas nós quem? E, olhando para trás, perdia de vista aquela fila com milhões de formiguinhas vindo em sua direção. Sem pensar duas vezes, a cascavel ergueu-se, chamou suas companheiras, e todas elas começaram a agitar seus guizos, num barulho imenso que cortava a quietude do deserto. Elas se juntaram e começaram a traçar planos mirabolantes para acabar com aquele atrevimento das formiguinhas. Por que não desviam?, indagavam. E no discute-discute não perceberam que, em instantes, estavam cercadas por milhões de formigas famintas que, prontamente, devoraram as cascavéis como um bando de gafanhotos dizima uma plantação.

    Moral da história: sossega o guizo, cascavel, ou vão comer o teu rabo!!

    QUALQUER SEMELHANÇA COM FATOS RECENTEMENTE OCORRIDOS NUM CERTO PAÍS DA AMÉRICA DO SUL ENVOLVENDO UM EX-PRESIDENTE JARARACA E UM JUIZ ATREVIDO É MERA COINCIDÊNCIA! 

    quinta-feira, 3 de março de 2016

    A mosquita!

    Saiu o livro Dilmês: o idioma da mulher sapiens, do jornalista Celso Arnaldo Araújo, lançado em dezembro de 2015.

    http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/files/2015/12/1830_big.jpg

    Eu me diverti muito com as estórias de nossa presidenta, suas gafes, erros toscos e ausência total de concatenação lógica. Aliás, semana passada ela nos brindou com mais uma pérola (veja o vídeo abaixo). 


    Ela nos lembrou para termos cuidado com o mosquito da dengue, aliás, mosquito não: mosquita! Afinal, é a fêmea que coloca os ovos.

    Nos ensina a boa gramática, que substantivos são flexionados quanto ao gênero de quatro formas distintas, havendo:

    1) Substantivos biformes: um forma para o feminino e outra para o masculino. P.ex.: homem - mulher.
    2) Substantivos comum de dois: uma só forma para os dois gêneros. P.ex.: o estudante - a estudante.
    3) Substantivos epicenos: geralmente associado a animais, necessitando das palavras macho e fêmea para flexão: P.ex.: mosquito macho - mosquito fêmea.
    4) Substantivos sobrecomuns: indistintos na designação dos gêneros: P.ex.: indivíduo, pessoa, criança.

    Dilma se esqueceu dos substantivos epicenos e apelou ao obsceno quando se referiu aos perturbadores insetos dípteros da subordem dos Nematóceros: o famoso mosquito. Imagine alguém levantando o bichinho para se assegurar que, tendo um bigulinho, o pobre deve ser deixado livre para voar, mas, no caso de haver uma perseguida, porrada nela! Para uma presidenta sempre preocupada com as questões de gênero, isso seria muito politicamente incorreto!

    Gostou? Não gostou? Marque aí embaixo.
    Deixe um comentário, mas seja educado.
    Filie-se ao grupo de atentadores e se inscreva no blog.

    Até breve.


    A sexta extinção!

    Livro para geólogos, biólogos e gente interessada no que, antigamente, se chamava História Natural. Escrito por Elizabeth Kolbert, uma novaiorquina do Bronx, de 53 anos, e ganhadora do Prêmio Pulitzer (não-ficção) de 2015 com esse livro.

    A autora nos lembra das cinco grandes extinções ocorridas no planeta e discute a possibilidade de um sexto evento muito distinto dos anteriores. Há uma discussão interessante sobre Uniformitarianismo e Catastrofismo, disputas entre Charles Lyell e Cuvier, bem como da influência do primeiro sobre os pensamentos de Charles Darwin.

    O livro retoma a questão do impacto de um meteorito e a extinção dos dinossauros, com um relato detalhado das descobertas das camadas de argilito com concentrações anômalas de Irídio e dos trabalhos dos Alvarez (pai e filho) na formulação das causas da grande extinção no chamado limite K-T (Cretáceo-Terciário), usado por muitos autores até as recentes revisões da Coluna do Tempo Geológico.

    O livro custa entre R$ 39,99 e R$ 31,00 (versão impressa) nas melhores livrarias, ou cerca de R$ 19,00 (versão digital).

    Se gostou, marque aí embaixo. Se não gostou, marque também.
    Deixe um comentário, mas seja educado.
    Até breve.

    sábado, 20 de fevereiro de 2016

    Umberto Eco e a semiótica.

    A semiótica é um saber muito antigo, que estuda os modos como o homem percebe o que o rodeia. A frase é de Luís Carmelo, intelectual português. Um estudioso da semiótica, como Umberto Eco. O italiano nascido em Alexandria morreu ontem. Sempre gostei dos livros de Umberto Eco e, agora, talvez compreenda melhor minha identificação com ele. Este blog é sobre a percepção do mundo que nos rodeia. Pura semiótica. E eu nem sabia. Todos vão lembrar de Umberto Eco como o autor de O Nome da Rosa, mas de todos os livros que ele escreveu o que ele mais gostou foi O Pêndulo de Foucault. Eu li O Número Zero, lançado em 2015, e O Cemitério de Praga, lançado em 2011. É claro que li O Nome da Rosa e vi o filme, estrelado por Sean Connery. Li também (e sugiro aos estudantes com quem convivo que também leiam) Como Escrever uma Tese, onde pode-se desfrutar do humor fino de Eco (adoro o capítulo Como não ser explorado pelo orientador, por exemplo). Na minha estante estão Baudolino e O Pêndulo de Foucault, que eu ainda não li. Virão para a cabeceira. Umberto Eco era ateu e, por isso, acho que não gostaria que lamentássemos a sua morte. Ele simplesmente veio, percebeu o que o rodeava e se foi. Só isso. 

    Se você gostou, deixe um comentário.
    Se não gostou, deixe também (mas seja educado!).
    Ou simplesmente marque um gostei aí embaixo.

    Até a próxima!

    Mis hermanos!!

    Era uma noite de quinta-feira e estava um pouco frio. Eu estava na Argentina e um casal de amigos me convidou para jantar. Fomos para uma casa, num subúrbio de Córdoba, onde nos encontramos com outros dois casais. Jantaríamos lá. Éramos todos acadêmicos, professores universitários, doutores em alguma coisa. O vinho estava bom e o debate político não tardou. Um dos convivas estava muito impressionado com as políticas sociais empreendidas pelos dois governos Lula. Bolsas e cotas que tiravam da miséria e igualavam as oportunidades de milhões de brasileiros que sempre viveram à margem da sociedade. Como diria o Luiz Pondé, mais um jantarzinho com intelectuais engajados. Eu concordei com a importância de se construir políticas sociais, mas emiti minha opinião contrária ao assistencialismo e cotas. O conviva impressionado e empolgado por mais goles do bom vinho argentino se irritou. Me perguntou se eu achava justo que tantos brasileiros continuassem sendo alijados da sociedade. Me ensinou que, na Argentina, uma política desastrosa do casal Krichner só contribuía para o aumento das desigualdades e pobreza da população. Tentei argumentar dizendo que o assistencialismo é provisório e insustentável, mas já era tarde. Uma coisa puxa outra e, com bastante vinho tomado, meu coleguinha deixou a sala para puxar outra coisa! Ah, a intelectualidade engajada... Como será que aquele hermano avalia os resultados das políticas sociais petistas hoje? Nove milhões de desempregados, retomada do crescimento só em 2018, corrupção generalizada e fomentada por sede de poder, triplex, casa de campo, líder no senado preso, ex-ministros presos, falta de liderança na oposição, clamores pela volta dos militares ... Haja vinho! Ou outra coisa!

    Se você gostou, não se acanhe.
    Comente. Marque um gostei aí embaixo.
    Me atente!

    domingo, 7 de fevereiro de 2016

    Perdeu, playboy!

    Eu gosto de ler a coluna do Cristóvão Buarque aos domingos, num jornal de grande circulação do Rio de Janeiro, cujo nome começa com O e termina com Globo.

    Cristóvão Buarque é um chato porque escreve sempre sobre a mesma coisa: educação. Nesse domingo (7 de fevereiro de 2016), ele estava especialmente pessimista porque nos lembrava que havíamos perdido em vários quesitos importantes para a construção de uma sociedade mais justa: educação (é claro), investimentos, saúde, integridade política, empregabilidade, igualdade social, dentre outros. Incrivelmente, ele termina o artigo afirmando que a única coisa que não perdemos é a esperança.

    O Estado do Rio de Janeiro não paga seus funcionários públicos, tornando os serviços essenciais (especialmente Saúde e Educação) mais precários do que o normal. O mesmo vale para outros estados da federação, mas o Rio ganha algum destaque porque sua imagem está fortemente atrelada à imagem do país como um todo, especialmente em tempos de pós-copa e pré-olimpíadas.

    Cristóvão Buarque está certo: a coisa parece que degringolou de vez. Parece uma escola de samba com o enredo do crioulo doido desembestando em descompasso na avenida. Vamos lá:

    1)  Quesito Comissão de Frente: comissão é eufemismo para propina. A classe corporativa se alia à classe política e por comissões que variam de módicos 1% a 30% batem de frente com as licitações legais. Um empresário que precisa da falcatrua propinesca para colocar seu bloco na rua é um perdedor. Gerencia uma corporação como o dono de um botequim. Essa gente e seus cúmplices da classe política só merecem um figurino: xadrez!

    2) Quesito Porta Bandeira e Mestre Sala: corrupção burra dá a maior bandeira e é porta de cadeia em tempos de Lava-Jato (ou Lava a Jato?). Mas corrupção sem punição exemplar é algo mais burro ainda porque promove a desesperança. Me desculpem os mais humanistas, mas ver o mestre sala José Dirceu magro e envelhecido depois de algum tempo de cadeia não é o suficiente para mim. Ou você gostou de ver o Fernando Collor de novo no Senado depois de perder seus direitos políticos por apenas 8 anos? Valeu a pena esperar?

    3) Quesito bateria: se for bateria de exames pelo SUS, senta e espera. Deitar não pode, porque não tem maca. Nem dentro das ambulâncias. Depois de anos copiando o modelo norteamericano de saúde pública (risos), conseguimos o inimaginável: nem pagando horrores por planos de saúde se consegue atendimento de qualidade hoje. E, se a coisa for realmente séria, só resolve mesmo no SUS. E o SUS, bem... precisa lembrar? É zika, microcefalia, dengue hemorrágica, desumanidade no atendimento de idosos, gestantes, recém-nascidos, gente que ainda vai nascer... gente que nunca vai poder nascer.

    4) Quesito evolução: não existe por aqui. Não evoluímos. O assistencialismo enganou o povão por dez anos, tirando milhões da fome extrema à qual vários milhões retornarão em breve sob uma economia com sérias restrições orçamentárias! Gente que foi estimulada a consumir, pela redução de IPI na compra de carros, tanquinhos e máquinas de lavar, agora cerra filas para pegar o auxílio desemprego não reajustado pela inflação galopante.

    Há vários outros quesitos. Deveria haver, inclusive, o es-quesito. Um termo mais que apropriado para definir uma país com 8,5 milhões de quilômetros quadrados que guardam toneladas de riquezas, povoado por duas centenas de milhões de pessoas que, em compasso com a tendência mundial, se tornam cada vez mais egoístas, gananciosas, consumistas e estúpidas. Como (quase) diria o finado Renato Russo: festa (país) estranha com gente esquisita, eu não tô legal...

    Curtiu? Comentou?

    Até a próxima.

    O que você está lendo?

    Bem, se você leu a pergunta-título desta postagem é porque você está lendo esse texto. Mas, a pergunta é mais ampla: que livro, ou livros, você está lendo no momento? O termo momento, aqui, pode variar desde hoje até nos últimos três meses.

    Recentemente, eu li A lógica do consumo, escrita por um conhecedor do mundo da propaganda e com dinheiro suficiente para se engajar numa pesquisa neurocientífica. O tema do livro encontra um paralelo numa série da TV fechada chamada Truques da Mente. É impressionante como a neurociência vem sendo utilizada para orientar hábitos de consumo que interessam às grandes corporações. Na publicidade, esse conhecimento neurocientífico é usado na escolha das cores do produto, temas de fundo e imagens que irão aparecer num comercial de TV, num outdoor, num panfleto e vários outros veículos publicitários.

    Você deve lembrar, por exemplo, das imagens horripilantes que aparecem nos maços de cigarros numa tentativa de desestimular o consumo de tabaco. Você nunca se perguntou como é que a poderosa indústria de cigarros parece aceitar isso de modo tão complacente? Essas imagens estão aparecendo em zilhões de maços de cigarros em vários países de todo o mundo. Sem nenhum tipo de reação contrária das grandes corporações? Algo que, cedo ou tarde, ficaríamos conhecendo pela TV como uma disputa legal sem precedentes, ou coisa assim? Bem, isso não acontece porque essas imagens, de acordo com o autor de A lógica do consumo, estimula (!?) o uso do tabaco. Impensável, não é mesmo?

    Boa parte do que aparece nas propagandas não tem você como alvo, mas sim, o seu cérebro. Nossas reações inconscientes é que determinam prioritariamente se vamos ou não vamos consumir algo. Queiramos ou não, quem decide isso não somos nós; é o nosso cérebro. Mas se é o meu cérebro que decide, então não sou eu quem decido? Não. Isso só seria verdade se a decisão fosse consciente. Mas ela não é. Quando seu cérebro é estimulado por imagens (visão), cheiros (olfato), barulhos (audição), texturas (tato) e gostos (paladar), ele reage sempre para, primeiramente, preservar o ser, ou seja: você. E ele faz isso num nível tão detalhado e sutil que nós simplesmente não conseguimos perceber. E são essas reações que nos levam a comprar ou não comprar algo. Conhecer essas respostas do cérebro a estímulos externos é um campo fértil de pesquisas da neurociência e que tem sido, por razões óbvias, muito explorado pelos marqueteiros mais bem sucedidos.

    Assim, ao olhar para a sua estante de livros (não técnicos!), não se assuste se notar que há algum tipo de padrão de cor nas capas. O mesmo vale para o seu armário de roupas. E também não estranhe a existência de uma padaria dentro de um supermercado. O cheiro do pão quentinho está ali para fazer você comprar mais daquilo que não precisa. Não é você decidindo: é o seu cérebro.

    Não me assustarei se, algum dia, alguém baixar um livro no kindle e, de repente, começar a sentir aquele cheirinho de papel que só os livros impressos têm. Vai dar uma vontade em tanto de ler!

    Curtiu? Comentou?

    Até a próxima.