sábado, 20 de fevereiro de 2016

Mis hermanos!!

Era uma noite de quinta-feira e estava um pouco frio. Eu estava na Argentina e um casal de amigos me convidou para jantar. Fomos para uma casa, num subúrbio de Córdoba, onde nos encontramos com outros dois casais. Jantaríamos lá. Éramos todos acadêmicos, professores universitários, doutores em alguma coisa. O vinho estava bom e o debate político não tardou. Um dos convivas estava muito impressionado com as políticas sociais empreendidas pelos dois governos Lula. Bolsas e cotas que tiravam da miséria e igualavam as oportunidades de milhões de brasileiros que sempre viveram à margem da sociedade. Como diria o Luiz Pondé, mais um jantarzinho com intelectuais engajados. Eu concordei com a importância de se construir políticas sociais, mas emiti minha opinião contrária ao assistencialismo e cotas. O conviva impressionado e empolgado por mais goles do bom vinho argentino se irritou. Me perguntou se eu achava justo que tantos brasileiros continuassem sendo alijados da sociedade. Me ensinou que, na Argentina, uma política desastrosa do casal Krichner só contribuía para o aumento das desigualdades e pobreza da população. Tentei argumentar dizendo que o assistencialismo é provisório e insustentável, mas já era tarde. Uma coisa puxa outra e, com bastante vinho tomado, meu coleguinha deixou a sala para puxar outra coisa! Ah, a intelectualidade engajada... Como será que aquele hermano avalia os resultados das políticas sociais petistas hoje? Nove milhões de desempregados, retomada do crescimento só em 2018, corrupção generalizada e fomentada por sede de poder, triplex, casa de campo, líder no senado preso, ex-ministros presos, falta de liderança na oposição, clamores pela volta dos militares ... Haja vinho! Ou outra coisa!

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Um comentário:

  1. Quem são os verdadeiros contemplados pela crítica ao assistencialismo e cotas?

    De fato não são os pobres, críticas à políticas afirmativas com o tempo tendem a mascarar a origem do problema. Qual a origem das políticas sociais afirmativas?

    Observe geograficamente o Brasil, Observe as cidades, o Rio de Janeiro por exemplo; Leblon, Ipanema, Lagoa, Gávea, Jardim Botânico. São as áreas onde o M² é mais caro no Brasil. A área total dessas regiões é de 23,37 Km² e sua população no senso 2000 foi de 174.062 habitantes, totalizando 7.335 hab/Km².

    Agora tomemos a Rocinha por exemplo; 1,44 km² e 56,338 habitantes, ou seja 39,123 hab/Km².

    Esses exemplos se estendem por todo o Brasil, como por exemplo, o contraste entre Alphavile em e Grajaú em SP. (Em macro espaços igualmente se aplica, pois verifique os status do uso da terra por latifundiários e agricultores familiares)

    Agora tomemos ambas as regiões e verificamos o número de assassinatos, prisões, roubos, tráfico, morte por "bala perdida", analfabetismo, ações ilegais da polícia, influências de milícias, falta de saneamento, trabalho escravo, sequestros, crimes de ódio em geral (racismo homofobia, misoginia), violência infantil e doméstica... quais regiões são as mais afetadas?

    Neste contexto fica óbvio quem são os beneficiários da ocupação urbana e da política atual, mesmo sem levar em consideração as cotas e ações afirmativas.

    Levando em consideração as cotas, quais privilégios a classe alta perdeu com tais políticas? Nenhum!

    A inclusão de 200% de negros nas universidades é um marco num país marcado pela desigualdade racial como o Brasil (porque é mais fácil acreditar no pecado original do que em dívida histórica na alta classe de monarquistas enrustidos do Brasil).

    Como foi comentado na postagem, 9 milhões de desempregados é um fracasso da política em época de recessão, que como afirmam economistas, entre eles o famoso e difuso Karl Marx, são ciclos previsto, pelo menos, de oito em oito anos.

    Portanto a crise era prevista.

    Se compararmos os efeitos da crise entre a alta classe (detentora das políticas e das industrias) e da baixa classe, veremos (mesmo sem mencionar o contexto histórico) que os últimos foram esmagados nas medidas políticas de correção; corte na educação, aumento da aposentadoria (porque rico investe na previdência privada), risco de saúde (falta de investimento em pesquisas para combate do Zika Vírus).

    É muito caro economicamente e politicamente mantermos a classe alta brasileira, sonegadora de impostos, privilegiados fiscais, corrompedora dos serviços públicos, detentora dos recursos, exploradora da grande massa, e quanto maior o contraste entre as classes, mais difícil fazer política homogênea.

    Dentro do contexto da política mencionada acima, criticar uma iniciativa popular como o PROUNI ou o Bolsa Família, seria, no melhor dos sentidos, excluir os pobres do pensamento político.

    http://noticias.terra.com.br/educacao/ibge-em-10-anos-triplica-percentual-de-negros-na-universidade,4318febb0345b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
    http://www.armazemdedados.rio.rj.gov.br/
    http://sindsaude.org.br/noticias/informe/2579/falta-investimento-em-saude-pesquisa-gestao-virou-zika-e-sobrou-pro-povo.html

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