sábado, 2 de fevereiro de 2013

SÓ FALTA ENTERRAR.

Parece que há palavras que já estão mortas. Não são mais usadas ou, quando usadas, remetem à nada. Outro dia li no jornal: "Pede-se aos políticos que tenham reputação ilibada". Quem, dentre vós, sabeis o significado da palavra ilibada? Reputação ilibada é boa reputação? E reputação, é ação repetida de ... você sabe quem? Se for, como poderá haver reputação ilibada, no caso em que ilibada é o mesmo que boa? Perspicaz, não? Aliás, há palavra mais morta que perspicaz? Quem, hoje, ainda se acha perspicaz? E se tudo isso lhe parecer jocoso ou pernóstico, como saber ao certo, se não se sabe ao certo o que jocoso e pernóstico realmente significam? Delegamos ao tempo o trabalho de enterrar as palavras mortas ou nós mesmos as enterramos? E se não as enterrarmos, sofreremos como os habitantes de Antares, cuja hipocrisia foi revelada pelos seus sete mortos insepultos (como deliciosamente narrado por Érico Veríssimo)?

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