domingo, 5 de maio de 2013

Logo ali, entre garçom e gerente!

Na seção de classificados de empregos de vários jornais, a oferta para geólogos vem logo depois de garçom e gerente. Coisas da ordem alfabética. A rigor, houve tempos em que não havia muita diferença salarial entre a profissão de garçom, geólogo e gerente de sapataria. Mas hoje, não. Basta ver o que está ganhando um garçom no Senado Federal, por exemplo. No entanto, com o próximo bidding (14 e 15 de maio), o mercado de Geologia deve aquecer (para tristeza de garçons e gerentes de banco). Serão quase 290 blocos ofertados pela ANP, com ênfase nas bacias da Margem Equatorial do Brasil. Foz do Amazonas entra com quase 100 blocos, Potiguar com 30, Barreirinhas com 26, Ceará com 11 e Pará-Maranhão com 6. Portanto, já está mais do que na hora de você começar a se perguntar onde fica Barreirinhas e como é que foram achar petróleo no Ceará! 

Há, obviamente, muita esperança de que o setor de óleo e gás ressurja após uma ressaca de quase 5 anos e que colocou muitas empresas em situação complicada. Quem investiu em ações da OGX e PETROBRAS, por exemplo, sabe bem do que estamos falando aqui.

A exploração da Margem Equatorial abre tremendas perspectivas para as empresas do setor e também para as universidades pelo relativamente pouco conhecimento que se tem sobre a Geologia da margem continental desta parte do país. Descobertas recentes e muito promissoras nas Guianas, bem perto da fronteira com o Amapá (leia-se Bacia Foz do Amazonas) também animam o mercado. E last but not the least, haverá muito embate com os órgãos ambientais, uma vez que esta área está repleta de santuários ecológicos ainda pouco conhecidos, tais como o Parcel Manuel Luís (MA) e os inúmeros manguezais que caracterizam esta faixa litorânea do território nacional. Mais oportunidades de geração de empregos e pesquisas científicas. 

Para que tenhamos alguma chance disso tudo dar certo, vamos todos torcer para o governo fazer aquilo que todos queremos que ele faça: ficar de fora! Afinal, foi a parola política (e, em menor escala, econômica, também) que acabou arrastando os leilões por vários anos. Tudo isso para, no final, os resultados se mostrarem frustrantes, como mostram os números da balança comercial de abril (o pior resultado histórico para o mês), que fechou no vermelho. O país deixou de exportar quase 2,1 bilhão de dólares em petróleo (o que colocaria a balança comercial no azul). Na verdade, o Brasil teve que importar, em abril, mais petróleo para atender ao mercado interno, mas as exportações do produto caíram 73%. Prova de que o melhor governo é aquele que não politiza e/ou partidariza a ação e pensa, antes, no Estado.

Um comentário:

  1. O pior e que ainda existe muita gente que defende a ideia de que o "Petroleo tem que ser nosso"....

    Flavio

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