domingo, 29 de março de 2015

A loura burra voltou!

Nem toda loura é burra. Mas a loura com quem eu trabalho é!
Nós tínhamos uma reuniãozinha no trabalho e eu decidi parar num supermercado, cujo nome eu prefiro omitir, mas que tem o melhor preço total, para comprar uns belisquetes e refrigerantes já que havia a chance de avançarmos pelo horário do almoço. Na seção de refrigerantes, vimos uma prateleira cujas garrafas PET me chamaram a atenção. Eu tirei até uma foto. Olha aí embaixo...



EU: Loura... olha isso. Que estranho...
LOURA: Nossa, é mesmo. Eu nunca tinha visto as garrafas tão bem arrumadinhas assim!
EU: Não, Loura. É o conteúdo.
LOURA: Ah, entendi. Você não quer Sprite Zero. Olha essa barriguinha...
EU: Não, Loura. As garrafas não têm a mesma quantidade de refrigerante.
LOURA: Nossa, chefe. Mas você não podia ter esperado até a hora do lanchinho?
EU: Não fui eu, Loura. As garrafas estão lacradas.
LOURA: Ué, vai ver evaporou!
EU: Com as garrafas lacradas? Acho que não. Peraí que eu vou tirar uma foto.
LOURA: Guenta, chefe que eu quero sair nessa foto. Deixa eu dar uma retocada aqui na...
EU: Loura, não. Foto só das garrafas.
LOURA: Mas depois você me empresta o celular prá eu fazer o meu selfie de hoje?
EU: Pronto. Tirei. Vamos colocar as garrafas e ir para o caixa.

No caixa, passei todas as comprinhas primeiro e deixei as cinco garrafas para o final. Antes da caixa registrar, eu pedi para ela chamar o gerente.

GERENTE: Sim, senhor. Algum problema?
EU: É o conteúdo destas garrafas de refrigerantes. São diferentes. Eu não estou levando 10 litros de sprite prá casa. Logo, eu quero um desconto.
GERENTE: Mas eu não posso lhe dar um desconto. As garrafas estão lacradas. Eu posso retirar essas garrafas das prateleiras e o senhor leva outras 5 garrafas de 2 litros.
EU: Mas eu quero essas cinco. 
LOURA: Mas chefe, porque você gostou tanto dessas cinco? Você experimentou é?
GERENTE: É... o senhor experimentou e depois lacrou as garrafas?
EU: Mas como eu poderia lacrar as garrafas depois de abrí-las e experimentar o sprite?
LOURA (se virando para o Gerente): Hum... sei não: eu já vi ele fazer umas coisas muito doidas!
EU: E então, qual vai ser o desconto?
GERENTE: Já disse que não posso lhe dar o desconto. Ou o senhor troca as garrafas ou...
EU: ... você chama a polícia?
GERENTE: Não!! Polícia não! Pelo amor de Deus!
LOURA: Ô, chefe. Faz isso não. Deixa que eu pago...
GERENTE: É, deixa que ela paga.
EU: Não, nada disso. Faço questão de pagar.
GERENTE: Olha, vamos fazer o seguinte: o senhor leva tudo de graça. Não precisa pagar nada. Leva os biscoitinhos, as pastinhas, os refrigerantes e ainda leva essa caixinha de bis de brinde. Que tal?
LOURA: Bis não! Engorda. Mas eu vi um clareador de cabelos na seção de higiene que ...
GERENTE (se virando para a assistente de caixa): Vai lá e pega esse clareador agora, menina! `Tá esperando o quê: a polícia?
EU: Olha, eu não posso aceitar isso porque é errado. Isso está parecendo uma versão mexicana do Petrolão. Eu vejo algo errado mas, me calo porque o infrator me corrompe com um presentinho. Não está certo!
GERENTE: Mas eu não sou o infrator! O infrator é a fábrica do refrigerante!
EU: Mas a minha obrigação cívica é chamar a polícia e a Defesa do Consumidor. Eles provavelmente vão levar você preso e fechar o estabelecimento até o pagamento da multa.
GERENTE: Mas o que o senhor quer que eu faça?
EU: Faça o seguinte: escreva para o fabricante e relate o ocorrido. Diga que você esteve prestes a ser preso e que irá delatar a infração do fornecedor se continuar pagando por uma quantidade e recebendo menos. Ou seja: como eu deveria fazer, entende. Não considere isso tudo normal, porque não é. Está errado pagar por algo que não se está levando, você não acha?
GERENTE: A primeira coisa que eu vou fazer quando isso aqui terminar é mandar um email para o fornecedor. Mas e o senhor, vai insistir no desconto?
EU: Não. O que eu vou fazer é o seguinte: eu vou acreditar que você vai fazer o que está dizendo e vou entender que essa sua atitude compensa o desconto que eu estava pleiteando. Mas eu não vou levar nada do que eu comprei aqui. E nunca mais vou comprar nada nesse supermercado. E vou contar essa estória para meus amigos e avisá-los que eles não devem confiar nesse supermercado e que, por isso, eles não devem mais fazer compras aqui.
LOURA: Peraí: e o meu clareador de cabelos, como fica nisso tudo?
EU: A gente vê se encontra no outro supermercado onde a gente vai agora comprar dez litros de refrigerante. Vamos lá!

Relutante, a Loura me seguiu e saímos do supermercado. A Loura não sabe o que é Petrolão mas adora novela mexicana. Já eu, tento ficar atento. E você?

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