segunda-feira, 4 de maio de 2015

Aulas... em teoria!

Eu costumo avisar meus alunos que aulas teóricas são um instrumento medieval. Na Idade Média não havia livros e, por isso, o conhecimento era repassado oralmente. Daí, as aulas teóricas. Muita coisa mudou da Idade Média para cá (bem, na verdade, algumas coisas permanecem para sempre!). Por isso, em várias universidades europeias as aulas teóricas deixaram de existir há muitos anos. Alguém poderia dizer que não temos bibliotecas em condições de atender a todos com qualidade. Pode ser. De qualquer modo, eu acredito que não há professor no mundo que consiga superar o conteúdo de um livro. Veja: não estou discutindo aqui a aprendizagem no ensino fundamental. Estou falando de ensino universitário. Os alunos devem se debruçar sobre livros. Mas se o modelo acadêmico no Brasil ainda acredita em aulas teóricas (até mesmo na pós-graduação!), vamos fazer com que elas sirvam para algo. Mas para o quê? Para estimular os estudantes a buscarem o conhecimento dos livros. Como? Primeiramente, demonstrando nossa paixão pelo tema. O professor precisa ser um apaixonado pelo tema para transmitir sua empolgação aos alunos de modo a que eles queiram saber mais. Se o professor acha que precisa explicar algo, que seja de maneira simples. Viva Descartes! Vamos lá, coleguinhas:

1) primeiro o simples; depois o complexo.
2) divida o problema em partes menores para só, então, atacar o todo.
3) teste exaustivamente (com exemplos, no caso das aulas teóricas!) as possibilidades.
4) mostre que resultados devem ser comparados por diferentes cientistas utilizando diferentes sistemáticas.

Estudantes, embora possam não saber, se encantam com o Método Cartesiano! Condimentado com alguma empolgação de quem está na frente do quadro negro. Caso contrário, ao final da aula há o risco de só sobrar isso mesmo: a escuridão. 

Cecília Meireles nos lembra disso no seu poema Quadro-Negro. 



Demais, não é mesmo?

Até a próxima.

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